O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, discursa hoje ao Congresso americano. A vice-presidente e provável candidata democrata à presidência, Kamala Harris, já informou que não vai presidir a sessão conjunta, como é a praxe parlamentar nos Estados Unidos. Ela estará em compromissos de campanha em Indianapolis, mas sua equipe já havia informado que ela estaria ausente antes mesmo da desistência de Joe Biden da corrida presidencial. Netanyahu deve se encontrar com Biden e Kamala ainda nos próximos dias — e também com Donald Trump, na Flórida. O convite para o israelense partiu do presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, que criticou a ausência de Kamala. Netanyahu e republicanos acusam a Casa Branca de hesitar no apoio histórico a Israel na guerra em Gaza. Dezenas de parlamentares democratas avisaram que boicotarão o discurso. A vice-presidente tem sido cuidadosa para não divergir publicamente do apoio de Biden a Israel. Mas foi uma das primeiras autoridades a falar duramente sobre as vítimas civis e a questionar a forma como Israel tem conduzido a sua guerra contra o Hamas. A polícia do Capitólio já prendeu vários manifestantes antiguerra que tentavam ocupar um prédio de escritórios da Câmara. As autoridades ergueram barreiras de aço ao redor do edifício, em esquema similar ao adotado depois dos ataques de 6 de janeiro de 2021 por trumpistas. (Washington Post) Um dia depois de garantir o número de votos para ser confirmada candidata democrata à Casa Branca, Kamala fez seu primeiro (mini)comício, já disparando contra o republicano Donald Trump. Diante de cerca de 3 mil pessoas em uma escola de Milwaukee, no Wisconsin, ela voltou a comparar o adversário aos criminosos que processou quando era promotora pública na Califórnia. “Conheço bem o tipo de Trump e vou comparar minha ficha com a dele todos os dias”, afirmou, sob aplausos da plateia. (BBC) O “efeito Kamala” foi sentido nas pesquisas. Levantamento da Reuters/Ipsos mostrou Kamala com 44% das intenções de votos, contra 42% de Trump, um empate técnico. Já a pesquisa da Morning Consult registrou a mesma diferença, mas o republicano à frente (47% a 45%) — o que é um avanço para os democratas, pois na amostragem anterior Trump vencia Joe Biden por seis pontos, acima da margem de erro. É importante lembrar que a eleição nos Estados Unidos é decidida por um colégio eleitoral, não pelo voto popular. (Reuters e Meio) Para ler com calma. A substituição de Biden por Kamala Harris pegou no contrapé os principais lobbies econômicos que atuam em Washington. Setores de tecnologia, farmácia e energia — e Wall Street — sabiam o que esperar tanto do atual presidente quanto de Donald Trump, mas a nova candidata é uma incógnita. (Politico) Pelo sim, pelo não, Elon Musk, que declarou apoio a Trump logo após o atentado do dia 13, negou, em entrevista ao comentarista conservador Jordan Peterson, a intenção de doar mensalmente US$ 45 milhões à campanha republicana, conforme foi noticiado. “Não vou aderir a um culto à personalidade”, disse Musk, embora tenha elogiado Trump mais uma vez. (Fortune) E a diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, bem que tentou se manter no cargo após as falhas que permitiram o atentado a Trump. Mas após ter o afastamento pedido até por políticos democratas, apresentou nesta terça-feira sua demissão. (CNN) Meio em vídeo. Ao enfrentar uma mulher negra e bem-sucedida, Donald Trump deve usar o que tem de pior. E as eleições de 2016 mostraram que o sexismo pode pesar muito na decisão dos eleitores. Mas a vice-presidente tem no seu discurso de segurança uma alternativa para tentar vencer, explica a editora-chefe do Meio, Flávia Tavares, na coluna Cá Entre Nós. (YouTube) Mais Meio em vídeo. No #MesaDoMeio desta semana, o cientista político Guilherme Casarões avaliou que o Partido Democrata precisa sanar internamente suas divergências para proteger a candidatura de Kamala. Já Christian Lynch, também cientista político e colunista do Meio, afirmou que, se fosse apostar, colocaria suas fichas na vice-presidente. (YouTube) YES, WE KAMMarcelo Martinez
Faltando cinco dias para as eleições na Venezuela, o governo de Nicolás Maduro bloqueou o acesso a sites de notícias independentes, segundo a ONG VE Sin Filtro, que monitora casos de censura. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP) endossou as informações e disse, por meio das redes sociais, que cerca de 60 veículos estão sob censura no país. O bloqueio teria começado por volta do meio-dia e segunda (13h de Brasília) e, de acordo com a imprensa local, a ordem partiu da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel). (Folha) E Maduro reagiu à fala do presidente Lula, que se declarou “assustado” com a ameaça de “banho de sangue” e “guerra civil” em caso de derrota eleitoral. “Quem se assustou que tome chá de camomila”, disse o venezuelano, sem citar diretamente o colega brasileiro. (Globo) Meses antes da cúpula do G20 no Rio de Janeiro, a presidência rotativa do Brasil entendeu ser difícil chegar a uma conclusão consensual entre os países membros sobre as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, mas se dispôs a discutir as questões para tentar um acordo no evento de novembro. Ontem e hoje, na Reunião Ministerial de Desenvolvimento do G20, a carta divulgada permitiu que se voltasse a ter a possibilidade de declarações assinadas por ministros, sem necessariamente haver consensos, após mais de dois anos de bloqueios em que as divergências quanto às responsabilidades das guerras travavam posicionamentos oficiais do bloco. (Folha) “Se o Biden pode desistir a qualquer momento, por que eu não posso?”, indagou José Luiz Datena, apresentador e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB. A entrevista parecia um sinal de desistência: Datena contou ter sido traído em tentativas anteriores na política e criticou interferências do seu partido. Um dia depois, deu um passo atrás e afirmou que não irá desistir. (Folha) No Meio Político, enviado às 11h para assinantes premium, a cientista política Carô Evangelista parte da aprovação e da regulamentação na Câmara da reforma tributária, discutindo que o debate público sobre os benefícios fiscais para templos e atividades religiosas nem sempre olha para onde deveria, podendo ser tomado como fonte de desinformação ou de reafirmação de conceitos pré-definidos sobre esse campo. As reportagens e artigos exclusivos para nossos assinantes trazem sempre abordagens que ampliam a compreensão dos mais diferentes temas contemporâneos. Faça a sua assinatura e não perca esse artigo. |
COMENTÁRIOS