A polêmica decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de suspender no Brasil o funcionamento da rede social X, do bilionário sul-africano Elon Musk, está sendo julgada nesta segunda-feira, em plenário virtual, pela Primeira Turma da Corte. Como conta Malu Gaspar, ao mandar a decisão para esse colegiado – integrado também por Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino –, Moraes driblou os dois ministros indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Kássio Nunes Marques e André Mendonça. Embora a maioria dos 11 integrantes da corte tendesse a manter a suspensão, havia o temor de que um dos dois pedisse vista, jogando o processo para o plenário físico e estendendo os debates. Dino foi o primeiro a votar, mantendo a suspensão. (Globo) Além de suspender o X, Moraes proibiu, sob pena de multa de R$ 50 mil, o uso da tecnologia VPN (Virtual Private Network), para acessar o aplicativo. Em um primeiro momento, o ministro chegou a determinar que as lojas da Apple e do Google suspendessem também programas para o uso da tecnologia, que permite ao usuário se conectar a redes do exterior, mas recuou. (CNN Brasil) O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, disse ter sido comunicado pela empresa Starlink, também pertencente a Musk, que ela não irá suspender o acesso de seus usuários ao X até que suas contas sejam desbloqueadas. Na sexta-feira, Moraes (g1) determinou o bloqueio para o pagamento de multas aplicadas ao X. O bloqueio foi criticado, entre outros, pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para quem é preciso “saber separar pessoa jurídica ‘A’ de pessoa jurídica ‘B’”. (g1) O assunto provocou reações à direita e à esquerda. Os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Marcel van Hatten (Novo-RS) e Gustavo Gayer (PL-GO) usaram o próprio X para criticar a suspensão, enquanto Fernanda Melchionna (PSOL-RS) disse que a compra do Twitter por Elon Musk, em 2022, foi “a crônica de uma tragédia anunciada”. André Janones (Avante-MG) lembrou que Musk cumpriu centenas de ordens de remoção de conteúdo em outros países sem acusar censura. O influenciador Felipe Neto pediu que os usuários não usem VPN para acessar o X. Já o vice-governador de Minas, Professor Mateus Simões (Novo), foi parabenizado por Musk por violar a ordem judicial e usar o VPN. (UOL, Folha, Metropoles e Globo) O BlueSky ganhou um milhão de novos usuários brasileiros nos últimos três dias. E, diante do boom, o STF pediu à plataforma a remoção de perfis falsos com o nome do tribunal, informa Malu Gaspar. A rede social foi idealizada pelo mesmo criador do Twitter, Jack Dorsey, em 2019. Na época, era um projeto interno do atual X, mas em 2021 tornou-se uma plataforma independente. Assim como o BlueSky, o Threads, da Meta, ganhou novos usuários desde o início do conflito de Musk com Moraes. (BBC e Globo) Enquanto isso... O livro Limite de Caracteres: Como Elon Musk Destruiu o Twitter, escrito pelos jornalistas setoristas de tecnologia do New York Times Ryan Mac e Kate Conger, está tendo sua edição no Brasil acelerada para aproveitar a repercussão da decisão de Moraes. A obra recompõe passo a passo a aquisição, com acesso a documentos inéditos. (Folha) A Marca do X...andão
“Tchutchuca do PCC”, “ladrãozinho de creche”, “Boules” e “Bananinha”. O debate dos candidatos à prefeitura de São Paulo realizado na noite deste domingo pela TV Gazeta, em parceria com o canal MyNews, foi recheado de ofensas e apelidos agressivos trocados entre os candidatos mais bem colocados na pesquisa. Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB), José Luiz Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB) participaram sob a mediação da jornalista Denise Campos de Toledo. As acusações de elo com o PCC contra Marçal e Nunes estiveram no centro das falas dos concorrentes. Apesar do esforço da mediadora para garantir civilidade, predominaram a troca de acusações e os gritos fora do microfone. Ao final do terceiro bloco, a jornalista chegou a pedir a entrada de seguranças para conter Datena, que saiu de seu púlpito e partiu para cima de Marçal. A discussão das propostas para a cidade foi praticamente ignorada. (UOL e Estadão) Então? Marçal é de longe o postulante à prefeitura paulista com o maior patrimônio declarado à Justiça Eleitoral, R$ 168 milhões. Entretanto, análise de sua declaração de renda indica que ele pode ter omitido outros R$ 135 milhões em empresas, imóveis e aeronaves. Os bens do coach chegaram a ser alvo de investigações da Polícia Federal nas eleições de 2022, quanto tentou ser candidato a presidente pelo PROS, mas teve o nome barrado pelo TSE em meio a disputas pelo comando do partido. (Folha e UOL) A Polícia Federal vai concluir na segunda quinzena de setembro o inquérito que apura se houve uma articulação para golpe de Estado em 2022. A investigação vai detalhar as conexões do governo Bolsonaro para impedir a posse de Lula. De acordo com o jornalista Lauro Jardim, Jair Bolsonaro será indiciado, assim como vários de seus ministros e o general Braga Netto. O ex-chefe da Abin e atual candidato de Bolsonaro à prefeitura do Rio, Alexandre Ramagem, também deve ser indiciado. O desfecho da investigação, divulgado na reta final da campanha eleitoral, pode reforçar o discurso bolsonarista de que a Justiça o persegue. O ex-presidente é alvo de sete investigações, todas estão no STF, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. (Globo e UOL) Em nota relacionada, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que o inquérito das fake news não está distante do fim. “Nós não estamos distantes do encerramento porque o procurador-geral da República já está recebendo o material. Caberá a ele pedir o arquivamento ou fazer a denúncia”, disse Barroso. (Folha) Uma grande manifestação tomou as ruas de Tel Aviv, em Israel, exigindo a renúncia do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, na noite de sábado. A revolta começou depois que os corpos de seis sequestrados foram encontrados em um túnel subterrâneo em Rafah, no sul de Gaza. Os israelenses querem um acordo imediato para libertação dos cerca de 100 reféns que ainda seguem com o Hamas desde 7 de outubro de 2023. O grupo terrorista diz que não vai soltar ninguém enquanto não cessarem os bombardeios. O prefeito de Tel Aviv convocou a população a participar de uma greve contra o governo, e o maior sindicato de Israel também pediu uma greve nacional a partir de hoje, alegando ser um sinal de solidariedade aos reféns e suas famílias. (BBC) Começou ontem a vacinação contra a pólio em Gaza após Israel aceitar uma trégua para que a Organização Mundial da Saúde (OMS) imunize 640 mil crianças. A campanha ocorre depois que o primeiro caso de poliomielite em 25 anos foi descoberto no território, em meio às más condições de higiene do local. (AP) |
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