A Justiça da Venezuela acolheu o pedido da Procuradoria-Geral, ambos alinhados ao regime de Nicolás Maduro, e emitiu um mandado de prisão contra Edmundo González Urrutia, candidato da oposição nas eleições presidenciais de 28 de julho, por “crimes associados ao terrorismo”. Ele já havia sido ameaçado de prisão por faltar a depoimentos sobre a publicação de atas eleitorais do pleito em um site. A oposição sustenta que teve acesso a 83,5% das atas e que, segundo elas, Urrutia venceu com 67% dos votos. Até hoje o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), dominado pelo chavismo, não divulgou os documentos que permitiriam comprovar a suposta reeleição de Maduro, apesar da pressão de boa parte da comunidade internacional. (g1) Pouco depois, Maduro foi à TV e pediu uma “revolução dentro da revolução”, afirmando que, quando for o momento, dará lugar a outro chavista. “Sou o primeiro presidente chavista e, quando eu entregar o comando, quando chegar a hora, eu o entregarei a um presidente chavista”, afirmou. (Globo) Já a líder da oposição, María Corina Machado, afirmou que o governo “perdeu completamente o contato com a realidade”. “Ao ameaçar o presidente eleito, apenas conseguem nos unir mais e aumentar o apoio dos venezuelanos e do mundo a Edmundo González. Serenidade, coragem e firmeza. Seguimos em frente”, afirmou no X. (El País) Mais cedo, os Estados Unidos anunciaram que apreenderam na República Dominicana o avião de Maduro, dizendo que sua aquisição viola as sanções impostas ao país e envolve outras questões criminais. A aeronave Dassault Falcon 900EX foi levada para a Flórida. O avião foi comprado de uma empresa no estado americano, segundo o Departamento de Justiça, e exportado ilegalmente em abril de 2023. A Venezuela classificou o ato como “pirataria”. (CNN) Enquanto isso... Veículos independentes da Venezuela estão usando apresentadores criados por inteligência artificial – o casal “El Pana” e “La Chama” – para divulgar notícias protegendo a identidade dos jornalistas. Pelo menos dez profissionais de imprensa foram presos desde meados de julho. (g1) O presidente americano, Joe Biden, afirmou ontem que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, não está fazendo o suficiente para garantir um acordo de cessar-fogo com o Hamas. Biden não fez menção a um acordo do tipo “pegar ou largar”, que havia sido antecipado pelo Washington Post e que, caso falhasse, poderia marcar o fim das negociações lideradas pelos americanos. Paralelamente, os protestos em Israel contra o governo de Netanyahu sofreram um golpe da Justiça, que ordenou o fim de uma greve geral. As manifestações, as maiores do país desde o 7 de outubro, foram motivadas pela descoberta dos corpos de seis reféns em Gaza. Em coletiva de imprensa, o primeiro-ministro pediu perdão por não trazer seis reféns de volta com vida, mas não cedeu aos pedidos de cessar-fogo e advertiu que o Hamas “pagaria um alto preço” pelas mortes. (Guardian) Já o Reino Unido suspendeu as vendas de 30 entre 350 tipos de armas a Israel, afirmando que há um “risco claro” de que o equipamento possa ser usado para cometer graves violações do direito internacional. (BBC) No Brasil, militares estão irritados com a decisão do governo de suspender a compra de 36 blindados israelenses, no valor de R$ 1 bilhão, considerados fundamentais para a modernização do Exército. A suspensão foi defendida pelo assessor especial Celso Amorim após o presidente Lula ser declarado persona non grata pelo governo de Tel Aviv. (UOL) A legenda AfD (Alternativa para a Alemanha), de ultradireita, venceu com folga a eleição estadual na Saxônia e ficou em segundo lugar na Turíngia, dois dos 16 estados do país. Pela primeira vez, a ultradireita se tornou o partido mais forte em uma eleição parlamentar estadual. É também a primeira conquista dos extremistas desde a Segunda Guerra. Apesar dos resultados, os extremistas devem continuar na oposição, pois todos os partidos rejeitaram uma aliança com eles nos dois estados. (Deutsche Welle) Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux, ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiram manter a decisão de Alexandre de Moraes de bloquear o X no Brasil até que a plataforma cumpra decisões da Justiça, pague R$ 18 milhões em multas por desobedecer ordens judiciais e indique um representante legal no país. (g1) Na confirmação da decisão de Moraes por unanimidade, os ministros destacaram que a empresa vinha descumprindo decisões judiciais e que a liberdade de expressão não é um valor absoluto. Também destacaram a necessidade de regulamentação das redes sociais. Mas ressaltaram que a decisão é temporária e pode ser revista caso haja um recuo do X. (Globo) Enquanto isso... Caso se confirme que a Starlink está descumprindo a ordem de Moraes de derrubada do acesso ao X, a empresa de internet por satélite de Elon Musk pode perder a autorização para prestar serviço no Brasil, afirmou ao Estúdio i o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri. A Starlink voltou a pedir ontem ao STF o desbloqueio de suas contas bancárias no país. O primeiro recurso foi negado por Zanin na sexta-feira. (g1) Marcelo Godoy: “Mesmo que Moraes tenha despertado críticas quase uníssonas a respeito da condução dos inquéritos eternos que mantém sob sua relatoria no Supremo, há um ponto na polêmica entre o ministro e Musk que não desce pela garganta da maioria dos magistrados ouvidos pela coluna: o desrespeito acintoso às leis do país e o comportamento de Musk como ator político, tentando se tornar parte cada vez que uma medida judicial atinge um usuário de sua rede social, o X.” (Estadão) Candidato à reeleição, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), está diante de um impasse. Oficialmente, ele tem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e planeja participar de um ato no dia 7 de setembro na capital pedindo o impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes. Mas, como conta Mônica Bergamo, decidiu não discursar por temer vaias de bolsonaristas que migraram para a candidatura de Pablo Marçal (PRTB). (Folha) Meio em vídeo. Há uma ilusão crescente de que barrar Marçal pode ser a melhor saída para São Paulo. O resultado, porém, será outro. Cassado, ele se torna favorito à presidência em 2026. Confira o Ponto de Partida, com Pedro Doria. (YouTube) |
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