A economia surpreendeu no segundo trimestre. O PIB cresceu 1,4% frente aos três meses anteriores, conforme dados do IBGE. Analistas de mercado esperavam resultado próximo a 0,9%. Em relação ao mesmo período de 2023, a expansão foi de 3,3%. A alta foi puxada pela indústria (1,8%) e pelos serviços (1%), enquanto a agropecuária recuou 2,3%. Com o mercado de trabalho aquecido, o consumo das famílias cresceu 1,3%, mesma taxa de crescimento do consumo do governo. Os investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo, tiveram alta de 2,1%. Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que “o ritmo de crescimento deve seguir acentuado, ainda guiado por impulsos vindos do mercado de trabalho e pelas melhores condições de crédito a famílias e empresas comparativamente ao ano anterior”. (Meio) O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou o resultado. Disse que a previsão de crescimento para o ano deve ser revista para cima, passando dos atuais 2,5% para ao menos 2,8%. Também destacou que algumas instituições já apostam em 3%. Caso se confirme a expansão mais robusta, os números do Orçamento devem ser revistos. O presidente Lula também celebrou os números do PIB: “Crescimento que se soma ao aumento dos empregos, o consumo das famílias e melhor qualidade de vida”. (g1) Apesar dos dados positivos, alguns analistas veem os números com cautela, como sinal de que crescimento sem avanço nas reformas estruturais, sem corte de gastos públicos e sem aumento de investimento pode pressionar os preços e gerar inflação. (Estadão) Empresa de internet por satélite de Elon Musk, a Starlink voltou atrás ontem e anunciou o cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal para bloquear o acesso ao X no Brasil. “Independentemente do tratamento ilegal no congelamento de nossos ativos, estamos cumprindo a ordem de bloquear o acesso ao X no Brasil”, disse a companhia, que tem mais de 200 mil usuários no país e iniciou o bloqueio ontem mesmo. Para garantir o pagamento de cerca de R$ 18 milhões em multas judiciais impostas ao X, que também pertence a Musk, o STF bloqueou as finanças da empresa na última quinta-feira. Inicialmente a Starlink disse que não cumpriria a ordem de suspender o acesso à rede social, o que poderia levar a um processo administrativo na Agência Nacional de Telecomunicações e à perda da licença de operação no país. (g1) Em resposta ao bloqueio do X, um grupo hacker reivindicou nas redes sociais ataques aos sistemas do STF, da Polícia Federal, da Anatel e do escritório de advocacia Barci de Moraes, da família do ministro do STF. Informações preliminares indicam possível ataque DDoS (negação de serviço), com emissão de milhares de acessos simultâneos para desequilibrar as redes. (Folha) A suspensão do X está sendo questionada no STF. O Partido Novo pediu na segunda-feira a anulação imediata da medida e que o plenário da Corte resolva a questão. Por sorteio, a ação foi distribuída para Nunes Marques, tido como um dos que divergem de Moraes e da Primeira Turma. Advogados da legenda sustentam que a suspensão da rede social é inconstitucional e desrespeita a liberdade de expressão. Mas a jurisprudência não favorece uma mudança, pois nunca uma decisão monocrática anulou outra tomada por uma Turma do STF. (Globo) Já a Ordem dos Advogados do Brasil pediu ao STF que cancele a multa de R$ 50 mil para pessoas que utilizarem “subterfúgios tecnológicos” como VPN para acessar o X. (g1) Enquanto isso... Moraes liberou ao empresário Luciano Hang o uso de seus perfis em redes sociais, bloqueado há quase dois anos, conta o Painel S.A. A medida se aplica também a José Koury, dono do Barra Shopping, no Rio de Janeiro, mas ambos seguem proibidos de publicar conteúdo com ataques às instituições ou defesa de ruptura da democracia. (Folha) Meio em vídeo. Na origem do termo, ser idiota era ser alienado, desligado do coletivo e da vida pública e política. É nisso que se baseia a tal economia da atenção de Pablo Marçal e o lamaçal em que Elon Musk transformou o Twitter: na ideia de que não percebemos seus métodos, não nos importamos com os outros nem com a política, só com o ódio que têm a destilar. Cabe a nós provar que não somos os idiotas que pensam que somos. Assista ao Cá Entre Nós, com Flávia Tavares. (YouTube) Mais Meio em vídeo. Pedro Doria e Cora Rónai analisam a decisão unânime do STF sobre o X e toda a repercussão do banimento da plataforma no Brasil. (YouTube) No Meio Político, que sai às 11h para assinantes premium, Christian Lynch tenta aplacar sua própria angústia para entender os acontecimentos do último mês: de Lula a Musk, passando por Marçal e Moraes. Análises que abrem a lente para dar sentido ao noticiário são o coração do Meio. Assine e ainda receba a Edição de Sábado. Mallandro do mal
Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) como ministros em 2025. Essa é uma das possibilidades que Lula tem discutido com os atuais presidentes da Câmara e do Senado. A primeira conversa individual com cada um deles ocorreu na semana passada, conta Andreza Matais. Eles assumiriam após o fim de seus mandatos nas casas legislativas, em fevereiro do ano que vem. Uma eventual nomeação de Lira ajudaria a neutralizar o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), um dos principais opositores do governo. Ter Pacheco no ministério contribuiria para uma aproximação com Gilberto Kassab (PSD-SP), principal articulador político do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que deve concorrer à presidência em 2026. (UOL) Em nova nota conjunta (íntegra), Brasil e Colômbia manifestaram “profunda preocupação” com a ordem de prisão emitida na véspera pela Justiça venezuelana contra o candidato presidencial de oposição Edmundo González Urrutia. “Esta medida judicial afeta gravemente os compromissos assumidos pelo governo venezuelano no âmbito dos Acordos de Barbados, em que governo e oposição reafirmaram seu compromisso com o fortalecimento da democracia e a promoção de uma cultura de tolerância e convivência”, diz o texto. Mais cedo, o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, afirmou que a decisão dificulta a tentativa de acordo que vem sendo negociada por Brasília e Bogotá. Apesar disso, rechaçou a possibilidade de o país adotar uma postura mais contundente contra Nicolás Maduro. “Sou do tempo da bossa nova. A gente nunca sobe o tom.” (Globo) Lula reconheceu, em conversas reservadas, que a Venezuela está se distanciando ainda mais da comunidade internacional. O Itamaraty avalia que Caracas tem dado sinais claros de que não está interessada em negociações, o que complica ainda mais o cenário. Embora Lula tenha evitado rotular Maduro como ditador, interlocutores indicam que o brasileiro está cada vez mais consciente da escalada autoritária do líder venezuelano. (Estadão) Meio errou. O partido de extrema direita alemão AfD foi o mais votado nas eleições regionais na Turíngia e segundo na Saxônia, não o contrário, como noticiamos na edição de ontem. Pedimos desculpas pelo erro. |
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