A cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) contra Pablo Marçal (PRTB) durante debate na TV Cultura no domingo saiu da esfera da política e migrou para a policial. Os advogados do ex-coach tentaram classificar o caso como tentativa de homicídio, mas o 78º Distrito Policial (Jardins) o registrou lesão corporal e injúria real. O Ministério Público Eleitoral abriu uma investigação, já que agressões verbais ou vias de fato podem ser enquadradas no artigo 326 do Código Eleitoral. A defesa do candidato tucano pretende processar Marçal por calúnia. O estopim da agressão foi uma referência do candidato do PRTB a um processo contra o apresentador por assédio sexual, extinto por ter sido denunciado fora do prazo legal. Datena perdeu o controle ao ser chamado de “Jack”, gíria para estuprador em presídios. (Estadão) Datena reconheceu em nota que errou, mas não se arrepende da agressão. “Preferia, sinceramente, que o episódio não tivesse ocorrido. Mas, fossem as mesmas circunstâncias, não deixaria de repetir o gesto, resposta extrema a um histórico de agressões perpetradas a mim e a muitos outros por meu adversário”, disse o apresentador de TV. (CNN Brasil) E temendo que algo parecido volte a acontecer, a RedeTV! anunciou ontem que vai fixar no chão as banquetas que serão usadas pelos candidatos à Prefeitura de São Paulo durante o debate que realizará hoje às 10h20. Datena e Marçal confirmaram presença, assim como Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo). Cada candidato terá um segurança dentro do estúdio. (UOL) Marçal chegou a gravar um vídeo com uma máscara de oxigênio dentro de uma ambulância, mas uma foto dele já no Hospital Sírio-Libanês o mostrava usando uma pulseira verde, que significa “casos pouco urgentes”. Em live ainda no hospital, o candidato classificou o ocorrido como deprimente e afirmou que “foi só um esbarrão”. Após sua alta, o Sírio-Libanês informou que ele sofreu traumatismo na região do tórax à direita e em punho direito, sem complicações associadas. (Globo e g1) Após agredir Marçal, Datena ganhou 40 mil novos seguidores nas redes sociais, segundo levantamento da consultoria digital Bites. Já Marçal, conta a coluna de Malu Gaspar, conquistou 400 mil novos seguidores. Apesar da diferença entre os dois, o crescimento de Datena é significativo, pois ele tem um dos menores índices de popularidade digital entre os candidatos à prefeitura paulistana. (Globo) Entre 23h do domingo e 11h de ontem, mais de 350 conteúdos circularam em pelo menos 140 grupos públicos de WhatsApp e Telegram, impactando cerca de 800 mil pessoas com mensagens que foram consideradas neutras ou negativas em relação à cadeirada. Confira a edição extra da newsletter Ebulição, da Lupa. Anna Virginia Balloussier: “Se Donald Trump e Jair Bolsonaro instrumentalizaram atentados que por pouco não lhe custaram a vida para extrair dividendos políticos, por que não ele? Marçal tenta surfar na mesma onda. Mas há boas chances de levar um caixote eleitoral se insistir nessa narrativa. Já dá para dizer que, ao menos em parte da direita, a versão de Marçal não colou. Atores importantes para esse eleitorado concordam que Datena passou e muito do ponto, mas também pintam o nome do PRTB como um Neymar no gramado, forçando quedas para se fazer de vítima.” (Folha) Meio em vídeo. Trump sofreu o segundo atentado no domingo. No mesmo dia, no debate dos candidatos a prefeito de São Paulo, a maior cidade do país, um dos concorrentes achou razoável a ideia de pegar uma cadeira e sentar nas costas do outro. De alguma forma, o jogo da política está se transformando. A violência ficou normal. Assista a Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube) Suspeito de tentar assassinar o ex-presidente Donald Trump, Ryan Wesley Routh pode ter ficado por quase 12 horas à espreita, em meio a árvores, no clube de golfe do candidato republicano à Casa Branca. Em sua primeira audiência em um tribunal federal, ele foi acusado de porte de arma de fogo enquanto criminoso condenado e porte de arma de fogo com número de série apagado. A investigação sobre a aparente tentativa de assassinato de Trump no domingo continua, e acusações adicionais podem ser feitas. O suspeito ficará preso enquanto aguarda julgamento. Ele afirmou ter sido eleitor do republicano, mas disse ser “homem o suficiente para dizer” que julgou mal e cometeu um erro terrível. Routh, de 58 anos, publicou, de forma independente, um livro sobre a guerra na Ucrânia no qual chama Trump de idiota, palhaço e tolo. (CNN) Após a nova tentativa de assassinato de Trump, o presidente Joe Biden afirmou que o Serviço Secreto “precisa de mais ajuda”. “E acho que o Congresso deveria responder à necessidade deles”, disse. O Serviço Secreto tem sido alvo de intenso questionamento desde o atentado contra o republicano durante um comício na Pensilvânia em julho. (Politico) Peter Baker: “No espaço de menos de uma semana, o ex e possivelmente futuro comandante-em-chefe foi uma inspiração e aparente alvo da violência política que cada vez mais vem moldando a política americana na era moderna. A história americana já foi marcada por períodos de violência política antes. No centro da erupção de violência política de hoje está Trump, uma figura que parece inspirar as pessoas a fazer ameaças ou tomar medidas tanto a seu favor quanto contra. A raiva tem sido há muito tempo a força motriz do tempo de Trump na política.” (New York Times) A Alemanha ampliou ontem o controle de suas fronteiras terrestres, em uma decisão criticada por outros países europeus. A partir de agora, a Polícia Federal alemã verificará os documentos de viajantes não apenas nas fronteiras do Leste e do Sul, mas também nas do Norte e do Oeste, com Dinamarca, Holanda, Bélgica, Luxemburgo e França. Inicialmente, os novos controles são limitados a seis meses, mas podem ser estendidos por até dois anos. A ministra alemã do Interior, Nancy Faeser, justificou a decisão devido ao alto número de imigrantes não autorizados e à sobrecarga do sistema de acolhimento de refugiados. As novas medidas também são consideradas necessárias para “a proteção da segurança interna contra as atuais ameaças do terrorismo islâmico e da criminalidade transfronteiriça”. (Deutsche Welle) |
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