Quem ainda não entendeu o apego dos políticos às chamadas emendas Pix – quando o dinheiro vai direto para o caixa dos municípios – deve olhar o resultado das eleições de domingo. Das 174 cidades que, segundo dados da Controladoria-Geral da União (CGU), mais receberam esse tipo de recurso, 94% reelegeram seus prefeitos ou deram a vitória aos candidatos apoiados por eles. A taxa de reeleição nessas localidades ficou bem acima da média nacional de 81,4% registrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que já é recorde. As emendas Pix estão na mira do Supremo Tribunal Federal (STF), que exige mais transparência por parte do Legislativo. (Globo) Com menos de 30% dos votos paulistanos no primeiro turno, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) já começou a cortejar os eleitores de Pablo Marçal (PRTB) para a segunda rodada de votação, no próximo dia 27. O ex-coach ficou de fora do segundo turno, mas abocanhou 28,14% dos votos. “Temos um perfil muito semelhante ao que esses eleitores [de Marçal] entendem da política”, disse. Mas Nunes não vai pedir apoio ao influenciador. A decisão foi tomada em reunião do candidato com integrantes da campanha, pois qualquer gesto de aproximação seria malvisto, conta Gerson Camarotti. Marçal, por sua vez, deixou aberta a porta para apoiar o emedebista, caso este se comprometa com algumas de suas propostas. (Poder360, g1 e Metrópoles) Para o cientista político Antonio Lavareda, apesar da série de processos na Justiça, Marçal se consolida como uma liderança à direita. “Ele é um rebelde nesse campo que, de certa forma, autonomizou-se”, afirma, acrescentando que a votação expressiva é um recado de um eleitorado que busca mudança. (Estadão) Reeleito com 78% dos votos válidos no primeiro turno, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), disse que a centro-esquerda precisa ter uma melhor preparação para as disputas eleitorais. “Nos grandes conflitos ideológicos de esquerda e direita, há questões que são valorosas para os dois campos, mas que, na prática, não são a essência das demandas do dia a dia de uma cidade.” (Folha) Já o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, minimizou as derrotas da esquerda e citou como positivo os resultados de partidos que compõem a “frente ampla” do governo Lula. PSD, MDB, PP e União Brasil, que compõem o centrão, conquistaram mais da metade das prefeituras do país. O PT ficou em nono. “Acreditamos que, no segundo turno, essas lideranças que compõem essa frente ampla do presidente Lula têm todas as condições de derrotar as lideranças de extrema direita.” (UOL) Ninguém me ama. Em todo o país, mais de 1,6 mil candidatos a vereador não receberam sequer um mísero voto. Ou seja, nem o próprio. (Metrópoles) Eliane Cantanhêde: “Gilberto Kassab foi decisivo para levar o PSD ao primeiro lugar nas eleições municipais até aqui, vencendo em 888 cidades, 201 delas em São Paulo, órfão do PSDB. E o governador Tarcísio de Freitas jogou um bolão na capital, burilando sua imagem como político, e um político leal. A estratégia de Kassab vai de vento em popa: ocupar o vácuo do centro, fazer o PSD encarnar o falecido PSDB e reconstruir a persona política de Tarcísio como tucano, pronto para a eleição presidencial.” (Estadão) Meio em vídeo. Mesmo com o consolo de Boulos no segundo turno em São Paulo, não tem como colorir o que aconteceu. A esquerda perdeu muito, muito, muito feio nesta eleição. Por quê? Confira o que pensa Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube) A Caixa Econômica Federal transferiu ontem para o Banco do Brasil os R$ 28,6 milhões depositados na sexta-feira pelo X para quitar as multas impostas pelo Supremo Tribunal Federal. Após a correção – o valor havia sido depositado em uma conta errada –, o ministro Alexandre de Moraes, que analisa o pedido de desbloqueio da rede social, suspensa no Brasil desde 30 de agosto, solicitou a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o pedido de liberação da plataforma no país. Os advogados do X pedem que o desbloqueio seja realizado antes da avaliação da PGR. (g1) O primeiro aniversário dos ataques do Hamas a Israel foi um dia sombrio para o Estado hebreu e para um Oriente Médio mergulhado na incerteza. Houve cerimônias no local do festival de música que foi alvo do grupo palestino e no Kibutz Nir Oz, onde um em cada quatro moradores foi morto ou sequestrado. Com 41 mil palestinos assassinados desde então, Israel manteve sua nova ofensiva no Norte de Gaza e também bombardeou a região do aeroporto de Beirute, capital do Líbano, onde mais de 1.400 pessoas morreram em duas semanas de ataques. Israel também foi alvo neste 7 de outubro: um foguete do Hezbollah em Haifa feriu cinco pessoas e os rebeldes Houthis, apoiados pelo Irã no Iêmen, lançaram um míssil — interceptado — em direção ao centro do país. O premiê Benjamin Netanyahu aproveitou a data para tentar renomear a guerra em Gaza: ele quer chamar o conflito de Guerra da Ressurreição. Mas, segundo o Fórum das Famílias de Reféns, “não há e não haverá ressurreição sem o retorno de todos os sequestrados”. (CNN) Ainda há duras críticas sobre os avisos ignorados pelos militares e serviços de inteligência israelenses sobre o Hamas. As recriminações fazem parte de uma discussão mais ampla sobre quem culpar pela maior falha de segurança em Israel desde a fundação do país, em 1948. (Guardian) Em um ano, a Faixa de Gaza foi quase toda destruída. Veja como está a região. E os kibutzim tentam se recuperar do trauma do 7 de outubro. (BBC) Em nota, o Itamaraty lembrou a data e os brasileiros mortos: “Michel Nisembaum, tomado como refém, e Karla Stelzer Mendes, Bruna Valeanu e Ranani Nidejelski Glazer, assassinados no dia da invasão do território israelense por terroristas a partir da Faixa de Gaza”. Também defendeu a “libertação imediata de todos os reféns” e “negociações que levem ao cessar-fogo em Gaza e no Líbano”. Já o segundo voo de repatriação do Líbano, com 227 de brasileiros e parentes, deixou Beirute ontem e está previsto para chegar hoje às 7h30. (Meio) Roger Cohen: “Um ano se passou em Israel e em Gaza como um pesadelo do qual não há como despertar. O ódio é o único vencedor. Tal como depois dos ataques de 11 de Setembro, há duas décadas, o mundo mudou, as pessoas mudaram. O tribal triunfou sobre a razão num mar de incompreensão e recriminação mútuas.” (New York Times) |
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