Após 39 dias de bloqueio, o X voltará a funcionar no Brasil. A liberação foi aprovada ontem pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, depois do pagamento de R$ 28,6 milhões em multas e da indicação de um representante legal da plataforma no país. Moraes determinou que a decisão seja cumprida em 24 horas (até a tarde de hoje). Mas, a depender do provedor de internet e do meio de acesso, pode demorar mais para alguns usuários. A empresa de Elon Musk comemorou o retorno. “O X tem orgulho de estar de volta. Proporcionar a dezenas de milhões de brasileiros acesso à nossa plataforma indispensável foi prioridade durante todo este processo”, afirmou. A volta dos brasileiros ao antigo Twitter também rendeu memes na plataforma, no Bluesky e no Threads, que serviram como alternativa para os “órfãos” da rede social. (g1) Com o X regularizado, surgem questões sobre seu futuro no Brasil. Do ponto de vista legal, analistas destacam que é preciso observar como a rede vai se comportar. E especialistas dizem que o conjunto de ferramentas do X e as comunidades já estabelecidas devem fazer com que haja um movimento de retorno em massa à plataforma. (Estadão) Thiago Bronzatto: “O recuo de Musk foi um avanço na discussão dos limites da atuação das redes sociais no Brasil. Durante as invasões às sedes dos Três Poderes, algumas plataformas transmitiram em tempo real os ataques à democracia, estimulando e monetizando o algoritmo da barbárie. A falta de responsabilização abriu uma brecha para o populismo digital extremista mover as engrenagens da desinformação. Ao enquadrar o X, o STF estancou a sensação de que o poder econômico do dono da plataforma gozava de imunidade perante os tribunais.” (Globo) Como esperado, o nome de Gabriel Galípolo foi confirmado ontem como próximo presidente do Banco Central. Após ser aprovado por unanimidade na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o economista passou com facilidade pelo crivo do plenário da Casa: 66 votos a cinco. É o placar com maior folga desde 1999, quando Chico Lopes obteve 67 votos a favor e três contrários. Para assumir a autoridade monetária em 1º de janeiro, o indicado do presidente Lula precisava de maioria simples. (UOL e Globo) Nas cerca de quatro horas de sabatina na CAE, Galípolo foi questionado sobre a taxa de juros, possíveis pressões políticas, autonomia da instituição e até mesmo bets. Ele disse ter frustrado expectativas de que representaria Lula em disputas com o atual chefe do BC, Roberto Campos Neto, e destacou sua boa relação com ambos. Também sugeriu uma melhoria na comunicação da autoridade monetária para esclarecer sua autonomia e seu objetivo de seguir as metas de inflação. (Valor) Enquanto Galípolo era sabatinado, Lula afirmou a uma plateia de empresários do agronegócio e dos combustíveis renováveis, que a taxa de juros está alta, mas cairá. Lula se disse satisfeito com os resultados da economia, mas reclamou da Selic. (Estadão) Alvaro Gribel: “Coube ao senador oposicionista Marcos Rogério (PL-RO) dar o melhor recado a Galípolo durante sua sabatina: ‘Vossa senhoria sabe como está entrando para a presidência do BC, mas, se vai sair como Mantega (no caso, o correto seria dizer Alexandre Tombini) de Dilma, ou com a imagem de Meirelles, de Lula, ou Campos Neto, de Bolsonaro, são suas escolhas que vão decidir’, afirmou. Pela sabatina, Galípolo passou fácil. Seu grande desafio será desempenhar o papel de equilibrista, ignorando as pressões que certamente vão acompanhar os seus quatro anos de mandato.” (Estadão) O presidente Lula vai gastar a sola do sapato neste mês para visitar as cidades mais importantes onde o PT e seus aliados estão no segundo turno. Nesta semana, ele estará em Fortaleza e Belém. Na próxima, em Porto Alegre e Belo Horizonte. Lula também deve ir a Natal. Mas o foco principal, é claro, é na maior cidade do país, São Paulo, onde Guilherme Boulos (PSOL) enfrenta Ricardo Nunes (MDB) nas urnas. (UOL) Silas Malafaia, um dos mais extremados líderes evangélicos do país, chamou Jair Bolsonaro (PL) de covarde, revela Mônica Bergamo. “Que porcaria de líder é esse?”, indagou diante do que classifica como omissão do ex-presidente nas eleições municipais. Para ele, Bolsonaro não se engajou de fato na campanha de Nunes por medo de perder para Pablo Marçal (PRTB), que ficou em terceiro. (Folha) No Meio Político, que sai às 11h para assinantes premium, Wilson Gomes se debruça sobre a guinada à extrema direita, que se revelou contagiosa, com um número cada vez maior de populações de importantes democracias no mundo decididas a apoiar candidatos que exibem com orgulho o seu radicalismo e a sua vocação autocrática. E avalia que, no Brasil, o pêndulo político não dá sinais de que vá voltar ao padrão pré-2016 e que é preciso olhar para o fenômeno sem ilusões. Apoios
Para ler com calma. Em War (Guerra), seu mais recente livro, o jornalista americano Bob Woodward, da dupla que revelou o caso Watergate, conta que Donald Trump manteve contato frequente com o russo Vladimir Putin após deixar a Casa Branca. O texto mostra ainda a frustração do presidente Joe Biden com o premiê israelense Benjamin Netanyahu. (AP) |
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