A tempestade que desabou sobre São Paulo na noite de sexta-feira, matando sete pessoas em todo o estado e provocando um apagão ainda não resolvido na manhã desta segunda-feira, tornou-se uma batalha política e uma ferramenta de campanha eleitoral em cujo centro está a Enel, concessionária de energia no estado. Até a noite de domingo, cerca de 700 mil endereços continuavam às escuras na capital e em cidades próximas. A empresa alega que o blecaute se deveu à queda de árvores sobre a fiação e acusa a prefeitura de não fazer a poda adequada. Candidato à reeleição, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) reagiu, afirmando que a empresa dificultava esse trabalho e jogando a bola para o Ministério de Minas e Energia, responsável pela concessão, o que provocou um bate-boca online com o ministro Alexandre Silveira. O titular do ministério lembrou também a falta de podas e afirmou ter pedido à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a agilização da caducidade da concessão, o que não foi feito. Adversário de Nunes no segundo turno da eleição, o deputado Guilherme Boulos (PSOL) criticou o prefeito por omissão e também atacou a Aneel, lembrando que sua diretoria, que tem mandato fixo, foi nomeada durante o governo anterior. (Globo) Segundo a agência reguladora, a Enel não cumpriu o plano de contingência para eventos climáticos que havia sido estabelecido após outro apagão no ano passado. O diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, disse que a empresa colocou menos funcionários do que o necessário – 1.700, em vez de 2.500 – nas ruas para mitigar os problemas causados pela chuva. Ele se reuniu na noite de domingo com representantes da Enel e de outras oito companhias que atuam no fornecimento de energia para a capital e a região metropolitana. “A percepção que nós temos a respeito da recuperação do serviço é que ela [Enel] de fato não tem atendido todas as expectativas com relação ao ano passado”, disse Feitosa. Já o presidente da Enel, Guilherme Alencastre, culpou o clima. “De fato, o evento climático foi acima das previsões, mas isso nós, inclusive, vamos aprender a evoluir e ter melhores previsões”, afirmou. (g1) Enquanto isso... Entidades empresariais e de moradores de São Paulo estão se mobilizando para cobrar na Justiça os prejuízos causados pelo apagão. A Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) já avisou que vai abrir ainda nesta segunda-feira um processo contra a Enel, que também hoje vai ser notificada pelo Procon-SP. E o Ministério Público paulista vai incluir o apagão atual em uma investigação já em andamento contra a companhia devido à má qualidade dos serviços. (Estadão) No que depender de 58% dos entrevistados pela Quaest/Genial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não concorrerá à reeleição em 2026. Esse foi o número apurado na última semana de setembro em pesquisa (íntegra) divulgada pelo instituto neste domingo. Lula deve ser candidato para 40%, enquanto 2% não souberam responder. Em relação ao levantamento anterior, feito em julho, os que são contra a nova candidatura do presidente passaram de 53% para 58%, enquanto os que são a favor recuaram de 45% para 40%. As duas variações estão acima da margem de erro de dois pontos percentuais. A maior oscilação aconteceu entre as pessoas que ganham até dois salários mínimos. Os contrários foram de 40% em julho para 56%, e os favoráveis de 57% para 47%. (CNN Brasil) A Quaest mostrou também a divisão na direita provocada por Pablo Marçal (PRTB), terceiro colocado no primeiro turno da eleição para prefeito de São Paulo. Com o nome do ex-coach na lista de candidatos para 2026, Lula aparece na frente com 32% das intenções de votos; Marçal vem em segundo, com 18%; e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) em terceiro, com 15%. O ex-presidente Jair Bolsonaro não foi incluído no levantamento por estar inelegível. (UOL) Embora tenha se empenhado pouco na campanha, Lula ficou entre deprimido e irritado com o desempenho da esquerda, em particular do PT, no primeiro turno das eleições municipais. Como conta Lauro Jardim, na primeira reunião com líderes do partido após a votação, Lula reclamou que a legenda precisa de uma renovação de quadros e de linguagem para atingir o eleitorado que se classifica como “antissistema”. Paulo Pimenta, ministro responsável pela comunicação do governo, não estava presente à reunião. (Globo) Elio Gaspari: “Lula quis ficar longe da frigideira nas disputas pelo primeiro turno. Talvez tenha sido uma má ideia. Com 15 eleições em capitais na próxima rodada, a chapa esquentou. Se ele entrar de cabeça, só poderá proclamar vitória onde tiver conseguido virar o jogo, e essas capitais parecem ser poucas.” (Folha e Globo) Mistério
Aniversário do Meio. Lula assumiu um país debilitado economicamente, e deu a Fernando Haddad a tarefa de determinar os rumos econômicos do Brasil, numa estrada não sem atritos. Hoje liberamos para todos os assinantes uma Edição de Sábado escrita no ano passado que explica como Haddad entende a economia. A ONU denunciou neste domingo a invasão por tanques israelenses de uma base da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul), o que viola o Direito Internacional. Em comunicado, a Finul disse que os blindados destruíram o portão de um posto em Ramyah, perto da fronteira com Israel, e que pelo menos 15 de seus soldados tiveram de ser hospitalizados devido a bombas de fumaça lançadas pelas tropas israelenses. Enquanto isso, quatro soldados morreram e mais de 60 ficaram feridos em um ataque de drones a uma base militar na região de Binyamina, no norte de Israel. O grupo xiita libanês Hezbollah assumiu a responsabilidade pela ação, que disse ser uma resposta aos ataques israelenses no sul do Líbano e em Beirute. (BBC) |
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