Padre Reginaldo Manzotti
A importância da confissão
Filhos e filhas,
Já passamos a data de Finados e já podemos ver decorações natalinas ao nosso redor. Acho válido e indico decorar, ou pelo menos ter um enfeite de Natal em sua casa. É o externo nos recordando que estamos em um tempo especial.
Como Padre, não posso deixar de lembrar que devemos preparar a nossa alma para revivermos o mistério do Natal. E nada melhor para nos prepararmos do que uma boa Confissão. O Sacramento da Reconciliação é um convite a fazer a experiência da misericórdia pelo perdão, por intermédio do sacerdote que age em nome de Deus e da Igreja.
Nosso Senhor Jesus Cristo, sabendo de nossas fraquezas, instituiu o Sacramento da Confissão e escolheu seus representantes, dando-lhes o poder de perdoar os pecados em Seu nome, como ensina São João: "Soprando sobre eles, dizendo-lhes: 'Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos'" (Jo 20, 22b-23).
Jesus já havia dito em outra ocasião: "Tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu, e tudo quanto desligardes na terra será desligado também no céu" (Mt 18, 18). Sendo assim, o sacerdote não age em seu nome, mas com a autoridade concedida por Jesus. Ou seja, mesmo sendo uma pessoa sujeita ao pecado, como todas as outras, ele atua em nome de Deus e da Igreja para absolver os pecados. É instrumento do perdão de Deus, e o fato de também possuir fraquezas o faz compreender a conduta humana e sua inclinação ao pecado, não se colocando na posição de juiz intransigente. Vale mencionar ainda que, segundo o cânon 1388, o segredo de confissão é inviolável.
Costumo dizer que a confissão é um banho espiritual que lava a alma. Da mesma forma que é preciso tomar banho todos os dias para manter o corpo limpo, há a necessidade de confessar-se para garantir a limpeza espiritual. A confissão apaga completamente os pecados, mesmo os mortais, e concede a graça santificante. Aumenta os méritos diante do Criador e permite desenvolver todas as virtudes, além de proporcionar tranquilidade de consciência, alívio das mágoas e consolo espiritual.
Para realizar uma confissão adequada, são necessárias, pelo menos, cinco condições:
- Fazer um exame de consciência, que consiste em lembrar os pecados mortais cometidos desde a última confissão. Para que seja caracterizado pecado mortal ou matéria grave (praticar ato que caracterize grande ofensa aos Mandamentos de Deus e da Igreja) é necessário: conhecimento (estar ciente, saber que o ato a ser praticado é pecado); consentimento (ter tempo para refletir e, mesmo assim, cometer o pecado por livre e espontânea vontade); quando falta um só adjetivo a esses 3 requisitos, é pecado venial ou leve.
- Estar sinceramente arrependido por ter ofendido a Deus e ao próximo.
- Ter o firme propósito de não cometer mais o(s) erro(s), confiando no auxílio da graça de Deus.
- Confessar objetivamente os próprios pecados e não os dos outros.
- Cumprir a penitência que o confessor indicar.
Muitas pessoas, de fato, não sabem confessar e usam a seguinte fórmula: “Não matei, não roubei, o resto fiz tudo”. Não é tão simples assim, nada melhor do que examinarmos nossa consciência, baseando-nos nos Dez Mandamentos da Lei de Deus:
1º) “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, com todas as tuas forças”;
2º) “Não pronunciarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão”;
3º) “Guardarás o domingo e dias santos de preceito”;
4º) “Honrarás pai e mãe”;
5º) “Não matarás”;
6º) “Não pecarás contra a castidade";
7º) “Não furtarás”;
8º) “Não levantarás falso testemunho”;
9º) “Não cobiçarás a mulher do próximo”;
10º) “Não cobiçarás as coisas alheias”.
Confesse seus pecados com a fé em Jesus Cristo. E lembre-se: “Se confessarmos nossos pecados, fiel e justo é Ele para perdoar-nos e purificar-nos de toda iniquidade" (1 João 1, 9).
Que o Espírito Santo ilumine e impulsione sempre à confissão. Amém.
Padre Reginaldo Manzotti
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