Encerrando um dia frenético, Donald Trump anunciou que Elon Musk, um dos principais apoiadores de sua eleição, terá um cargo no governo. Ele cuidará do novo Departamento de Eficiência Governamental para cortar gastos e simplificar a burocracia. Vivek Ramaswamy também foi nomeado para, a princípio, dividir a função com o homem mais rico do mundo. “Juntos, eles abrirão o caminho para a minha administração desmantelar a burocracia governamental, reduzir o excesso de regulamentações, cortar despesas desnecessárias e reestruturar as agências federais”, afirmou Trump em nota. A decisão consolida a aliança política Musk-Trump, mas ainda não está claro qual será exatamente o papel do dono da SpaceX na administração, muito menos se ele ou Ramaswamy serão realmente capazes de fazer as mudanças prometidas por Trump durante a campanha republicana. (Axios) O anúncio de Ramaswamy, empresário e filho de imigrantes que foi chamado de “novo Trump” ao disputar as primárias do Partido Republicano no ano passado, e particularmente de Musk, que lidera empresas com contratos governamentais lucrativos, levanta questões imediatas sobre potenciais conflitos de interesse. Não se sabe como o departamento — que Trump disse que “forneceria conselhos e orientações de fora do governo” — irá operar. Tampouco se o Congresso, mesmo controlado por republicanos, terá apetite para aprovar uma revisão tão massiva de gastos e operações do governo. (CNN) E o Pentágono será comandado por Pete Hegseth, jornalista da Fox News, nomeado por Trump como próximo secretário de Defesa. Embora seja veterano das guerras do Iraque e do Afeganistão, Hegseth é um apresentador de talk show aos sábados. Sem experiência para o posto, comandará 1,3 milhão de soldados americanos na ativa. Trump também escolheu John Ratcliffe como chefe da CIA. Ele foi diretor de Inteligência Nacional no primeiro mandato, quando divulgou informações não comprovadas sobre a influência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016 para favorecer o então presidente à medida que o pleito de 2020 se aproximava. O chefe da CIA é subordinado ao gabinete do diretor de Inteligência Nacional, mas tem o poder de nomear os espiões seniores no exterior e conduzir operações secretas, o que dará a Ratcliffe uma influência que ele nunca teve. Já o deputado Michael Waltz será conselheiro de Segurança Nacional. (New York Times) Karen Tumulty: “Trump não escondeu que a lealdade será seu principal critério na formação do novo governo. Suas primeiras escolhas, no entanto, sugerem que ele tem um padrão específico de fidelidade que garante que aqueles ao seu redor não reprimirão seus piores e mais perigosos impulsos. Chame isso de Teste de Sete de Janeiro. (...) Se eles conseguiram aceitar o que Trump fez naquela véspera, deve-se presumir que não atrapalhariam qualquer nova violação das normas democráticas que o presidente retornado pudesse ordenar. Trump exigirá subserviência, especialmente na aplicação da lei, política externa e segurança nacional, onde frequentemente se sentiu frustrado por seus próprios indicados durante seu primeiro mandato”. (Washington Post) Meio em vídeo. O jornalista Mac Margolis, colaborador de publicações como Washington Post e Newsweek, junta-se a Mariliz Pereira Jorge e aos apresentadores do Central Meio hoje para discutir os assuntos mais importantes no Brasil e no mundo. Ao vivo, às 12h45. (YouTube) Nas redes sociais, o apoio ao fim da escala de seis dias de trabalho com um de descanso, conhecido como 6x1, segue fazendo barulho. Mas o Palácio do Planalto vê com ceticismo a possibilidade de avanço da Proposta de Emenda à Constituição de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). O motivo é a correlação de forças no parlamento. “Não tem a menor chance. Tem um monte de proposta parecida parada no Congresso há anos”, diz um ministro de Lula. Para se tornar matéria em tramitação na Câmara, a proposta precisa ser assinada por ao menos 171 dos 513 deputados. O Planalto tem simpatia pela pauta, mais afeita à esquerda, mas não deve gastar energia para fazê-la avançar. E a PEC teria de ser aprovada na Comissão de Constituição e Justiça, presidida pela deputada bolsonarista Carol de Toni (PL-SC). (g1) Roseann Kennedy: “O governo Lula ainda não decidiu como vai encaminhar no Congresso a discussão sobre a PEC. Mas nos bastidores estimula o debate, inclusive com manifestações aparentemente divergentes dos ministros. Por ora, há uma certeza no Planalto: o tema desvia o foco do ajuste fiscal, que é um assunto impopular”. (Estadão) Meio em vídeo. O que a matemática do Enem tem a ver com o fim da escala 6x1? Descubra com Bruna Buffara no Curadoria, que está de cara, dia e horário novos: sempre às terças, às 18h15, no site e no YouTube do Meio. Escalas
O ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino decidiu manter suspensa a execução das emendas parlamentares após a Controladoria-Geral da União apresentar um relatório indicando irregularidades nos repasses de R$ 482,3 milhões, entre 2020 e 2024, a sete ONGs sem capacidade técnica para executar os projetos para os quais receberam os recursos. Também há dois casos com indícios de sobrepreço e um de possível superfaturamento. Dino intimou a Câmara dos Deputados, o Senado e outras partes envolvidas no processo a se pronunciarem sobre o conteúdo dos relatórios em até dez dias úteis. Os repasses monitorados pela CGU incluem emendas individuais, de bancada, comissão e de relator, o extinto “orçamento secreto”. (Globo) No Meio Político, que chega aos assinantes premium às 11h, Wilson Gomes discute a liberdade de expressão e o discurso de ódio a partir de uma decisão de Dino de retirar de circulação e destruir livros acadêmicos acusados de homofobia e discriminação. Assine ainda hoje e tenha acesso a mais artigos e ao novo streaming do Meio. |
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