Dois dias após ser submetido a uma cirurgia de emergência para drenagem de um hematoma causado por uma hemorragia intracraniana, o presidente Lula terá de passar por um novo procedimento médico hoje para impedir que o sangramento se repita. Ele será submetido a uma embolização das artérias meníngeas, que irrigam as meninges — membranas que protegem o cérebro —, interrompendo o fluxo de sangue no local. Após fortes dores de cabeça na segunda-feira, o presidente passou por exames no hospital Sírio-Libanês, em Brasília, e foi transferido às pressas em uma aeronave da Força Aérea Brasileira para a unidade do hospital em São Paulo, onde foi operado. A hemorragia intracraniana foi causada por um tombo no banheiro do Palácio da Alvorada há dois meses. (Folha) Prevista para iniciar às 7h, a intervenção deve durar cerca de uma hora e será realizada na sala de cateterismo, não no centro cirúrgico. Será feita uma punção na virilha, por onde um cateter será introduzido até o local onde ocorrerá a embolização, o que pode ser feito sob sedação ou anestesia geral — a decisão será tomada na hora. A técnica costuma ser adotada na maioria dos pacientes que se submetem a drenagem de hematoma cerebral, caso de Lula. Veja o passo a passo do procedimento. (Globo) De acordo com o médico do presidente, Roberto Kalil Filho, a intervenção que complementa a cirurgia já estava prevista, é minimamente invasiva e relativamente simples. “Será por via femoral. É de baixo risco”, afirmou. Ele também explicou que isso não vai atrasar a alta hospitalar prevista para a semana que vem. Segundo Kalil, Lula está bem, alimentando-se e conversando normalmente. Ele passou o dia “sem intercorrência”, fez fisioterapia, caminhou e recebeu a visita da família. (g1) Apesar de a equipe médica ter divulgado um boletim ao meio-dia, o novo procedimento só foi noticiado no fim da tarde. Segundo fontes, ao ter conhecimento de que o plano dos médicos era só informar sobre o procedimento após sua realização, Lula advertiu Kalil: “Se amanhã alguém souber, vão pensar que estou morrendo”. Para o presidente, um vazamento seria inevitável e muito ruim do ponto de vista da comunicação. (Globo) Às 10h da manhã, está prevista uma entrevista coletiva com a equipe médica sobre o estado de saúde do presidente. (BBC Brasil) Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou a taxa básica de juros, a Selic, em um ponto percentual, a 12,25% ao ano. No comunicado, o comitê alerta que pode fazer “ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”, quando o BC já estará sob a presidência de Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária. As preocupações mais relevantes são domésticas, num cenário de atividade econômica e mercado de trabalho dinâmicos, com destaque para a expansão do PIB do terceiro trimestre em 0,9%, aumentando o temor de um crescimento acima do potencial da economia, e inflação em alta nas divulgações mais recentes. O comitê ressalta que tem acompanhado com atenção a política fiscal e afirma que o “recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio”, o que contribui para uma “dinâmica inflacionária mais adversa”. (Meio) A aceleração na alta da Selic era esperada, mas a maioria dos analistas apostava em 0,75 ponto percentual. Na reunião anterior, a elevação foi de meio ponto. E se for cumprido o choque de juros prometido no comunicado, que foi considerado duro, a taxa deve chegar a 14,25% ao ano, igualando o pico alcançado na crise do governo de Dilma Rousseff (PT), entre 2015 e 2016. (Folha) Analistas avaliam que a agressividade na condução da política monetária é uma sinalização de que, apesar de ter sido indicado por Lula, Galípolo não vai poupar esforços para conter a inflação. (UOL) Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, “por um lado” a decisão foi uma surpresa. Por outro, já havia precificação no mercado. Já a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), chamou a alta da Selic de “irresponsável, insana e desastrosa”. (Globo) Celso Ming: “A flácida política fiscal do governo Lula continua a desarrumar as contas públicas e trabalha na contramão do BC, porque injeta dinheiro demais na economia. É, também, o principal responsável pela disparada do dólar, outro fator que mexe com a inflação. A decisão deverá aumentar as pressões de políticos e de economistas heterodoxos para que o governo reveja a meta de inflação e os juros não precisem subir ainda mais”. (Estadão) Meio em vídeo. Nova cirurgia do presidente Lula, choque de juros do Banco Central, Congresso e Supremo debatendo IA e responsabilidades das redes. O Brasil não nos dá tempo de respirar, mas o Central Meio explica o que é importante sobre todos esses temas. Hoje, ao vivo, às 12h45. (YouTube) Em decisão liminar, a juíza Maria Umbelina Zorzetti, da 1ªZona Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, condenou o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) por abuso de poder político durante as eleições municipais deste ano e determinou sua inelegibilidade por oito anos. Segundo a decisão, Caiado usou a sede do governo para realizar eventos de campanha para o seu candidato em Goiânia, o prefeito eleito e colega de partido Sandro Mabel. Zorzetti também determina a cassação de Mabel e da vice-prefeita eleita, Coronel Cláudia (Avante). Eles podem recorrer ao plenário TRE-GO e, posteriormente, ao Tribunal Superior Eleitoral. (Globo) E a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou um projeto de lei para implementar o voto impresso e a recontagem física das cédulas em eleições federais, estaduais, distritais e municipais. O voto impresso é uma demanda da ala bolsonarista, que domina a CCJ. O texto ainda pode ser alterado no plenário da Casa, para onde segue agora, sem previsão de votação. (Poder360) Meio em vídeo. O TRE-GO tornou Caiado inelegível. Será que a decisão é justa? Não parece ser. Assista a Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube) Mais Meio em vídeo. “A divisão da sociedade está firme e forte e não vai embora tão cedo”, diz Mariliz Pereira Jorge no Central Meio ao comentar o que levou dicionários de importância mundial a escolherem “polarização” como uma das palavras do ano. Confira. (YouTube) Meio errou. Robert Fico é primeiro-ministro da Eslováquia, não da Iugoslávia, que, aliás, nem existe mais. Pedimos desculpas.
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