Quatro anos após a invasão do Capitólio por apoiadores de Donald Trump, o Congresso americano certificou a vitória do ex-presidente sobre Kamala Harris na eleição de novembro. A vice-presidente, que aceitou a derrota no dia seguinte ao pleito, presidiu a sessão conjunta entre a Câmara dos Representantes e o Senado. Com expressão neutra, anunciou a contagem final dos votos do colégio eleitoral — 312 para Trump e 226 para ela. A cerimônia de 30 minutos para confirmar o retorno de Trump ao poder foi protocolar — como deveria ter sido a de quatro anos atrás —, mas os ecos da invasão voltaram a reverberar com o reforço da segurança dentro e fora do Capitólio. "É um dos episódios mais vergonhosos e repreensíveis da história desta grande nação", disse no plenário o líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer, que alertou sobre os perigos do "negacionismo eleitoral" e sobre a possibilidade de Trump anistiar os invasores. "Acredito firmemente que a democracia americana é tão forte quanto nossa disposição de lutar por ela", disse Kamala a jornalistas. (CNBC) O destino de quase 1,6 mil réus pela invasão ao Capitólio está nas mãos de Trump. O presidente eleito prometeu perdoá-los já na sua primeira hora no cargo, que assume em 20 de janeiro, eliminando a punição com uma canetada e apagando grande parte do esforço do sistema legal para lidar com um ataque sem precedentes à democracia dos Estados Unidos. Dois terços dos americanos se opõem a uma anistia a condenados pelos crimes de 6 de janeiro de 2021, segundo pesquisa do Washington Post e da Universidade de Maryland realizada em dezembro, embora 60% dos republicanos e 69% dos eleitores de Trump aprovem a medida. (Washington Post) Enquanto isso... O juiz Juan Merchan negou o pedido do republicano para adiar a divulgação da sentença de sua condenação criminal por suborno à atriz pornô Stormy Daniels, marcada para esta sexta-feira. Os advogados de Trump devem recorrer. (CNN) Luke Broadwater: "De muitas maneiras, o país e o Congresso seguiram em frente. Os democratas que antes diziam que não conseguiriam trabalhar com os negacionistas das eleições agora se veem precisando fazer parceria com os republicanos, que controlarão todas as alavancas do governo após a posse. Trump, que tentou reescrever a história daquele dia sombrio, retornou à presidência legitimamente. O povo americano, que ainda condena o ataque nas pesquisas, decidiu que, mesmo assim, o preferia aos democratas em questões como a fronteira e a economia". (New York Times) O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou que renunciará ao cargo e à liderança do Partido Liberal depois que a legenda escolher seu substituto. Sob a alegação de que o Parlamento está "paralisado há meses", ele defende novas eleições para fortalecer o sistema político. O legislativo será prorrogado até 24 de março para que os liberais tenham tempo de escolher um novo líder. Trudeau afirmou que o Canadá é um país melhor hoje do que quando ele assumiu, em 2015. As especulações de uma possível saída do cargo cresceram após a renúncia de Chrystia Freeland, ministra das Finanças, vice-primeira-ministra e sua aliada de longa data. (BBC) Saiba quem pode substituir Trudeau. (BBC Brasil) Um dia após o presidente paraguaio, Santiago Peña, expressar apoio à oposição venezuelana, Caracas rompeu relações diplomáticas com Assunção, que, em resposta, deu 48 horas para que os diplomatas do regime chavista deixem o Paraguai. No domingo, Peña falou com os líderes da oposição da Venezuela e chamou o ex-candidato presidencial Edmundo González de vencedor das eleições. O governo da Venezuela disse que romperia relações diplomáticas. A presidência do Paraguai reforçou sua posição, declarando novamente que González é o vencedor do pleito e ordenando a expulsão dos diplomatas. Apesar das denúncias de fraude feitas pela oposição, as autoridades venezuelanas jamais apresentaram as atas de votação que comprovariam a vitória chavista. Maduro tomará posse de seu terceiro mandato na sexta-feira. (Reuters) Após amargar uma série de derrotas eleitorais em 2024, o PSDB negocia uma fusão com o PSD de Gilberto Kassab, partido que saiu mais fortalecido das eleições municipais. O presidente do diretório paulista dos tucanos, Paulo Serra, reuniu-se com Kassab e disse que a conversa sobre a fusão está adiantada. "Precisamos crescer e a fusão, incorporação ou federação podem ser alternativas", afirmou. Após governar o país por dois mandatos com Fernando Henrique Cardoso, chegar ao segundo turno em quatro eleições presidenciais e exercer um domínio quase inquebrantável sobre o estado e a cidade de São Paulo, o PSDB definhou a ponto de não eleger um único vereador na capital paulista nem em Belo Horizonte, os dois maiores colégios eleitorais do país. (Estadão) Corre nos bastidores do Supremo Tribunal Federal a proposta de um casuísmo para reverter outro casuísmo e beneficiar os ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino, indicados pelo presidente Lula. A Corte adotou o plenário virtual na pandemia, o que deu maior agilidade aos julgamentos, mas, com a volta das sessões presenciais, qualquer ministro poderia pedir que o caso fosse levado ao plenário. Em 2022, o STF decidiu que, nessas situações, os votos dados no meio virtual por ministros que depois se aposentaram continuariam valendo, o que atingiu especificamente Kássio Nunes Marques e André Mendonça, indicados por Jair Bolsonaro em 2020 e 2021 e vistos com reservas pelos colegas. Agora, Alexandre de Moraes – autor da proposta de 2022 – e Luiz Fux defendem que, ao passar para o plenário físico, os casos retornem à estaca zero, ignorando os votos dos aposentados. Críticos dessa movimentação alegam que ela traz insegurança jurídica. (Folha) |
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