A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, entrará na equipe do governo Lula com a reforma ministerial que deve ocorrer até março. O ministério de Gleisi será o da Secretaria-Geral da Presidência, responsável pela interlocução do Palácio do Planalto com os movimentos sociais. A ida da deputada para o lugar de Márcio Macêdo exige um arranjo no próprio PT, que completa 45 anos em 10 de fevereiro e terá eleições diretas para suas direções nacional, estadual e municipal no dia 6 de julho. Com a mudança, um dos atuais vice-presidentes assumirá o partido até julho. Podem assumir o mandato-tampão José Guimarães (CE), atual líder do governo na Câmara, ou o senador Humberto Costa (PE). Não há impedimento para que um dos dois acumule funções no Congresso com a presidência da sigla. Lula quer que o ex-prefeito de Araraquara e ex-ministro Edinho Silva seja o futuro presidente do PT. Sua ideia é que Edinho aproxime o partido, na segunda metade do governo, do espectro político de centro. A escolha do aliado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, representa uma mudança de 180 graus. É um sinal de que, se Lula não for candidato à reeleição em 2026, Haddad será preparado para concorrer como seu herdeiro. (Estadão)

Para aliados da candidatura de Edinho, é fundamental que Lula encaminhe o futuro de Gleisi como parte do processo de eleição do novo comandante do PT. Auxiliares do presidente apontam que a ida de Gleisi para o governo desestimularia o surgimento de outra candidatura que poderia ampliar o racha na legenda. Lula leva em consideração, segundo interlocutores, que Gleisi tem boa relação com movimentos sociais e já demonstrou capacidade de mobilização com a esquerda e na defesa do governo. (Globo)

Mas a troca não será o bastante para enfrentar as recentes crises da gestão Lula e sua baixa popularidade. A base do governo está preocupada – e certa de que movimentos sociais e partidos aliados precisam de um esforço de articulação para estancar a sangria de capital político do presidente. A controvérsia em torno do Pix e a repercussão negativa da inflação dos alimentos são apontadas como problemas que Lula poderia ter enfrentado sem tantos percalços se estivesse mais conectado com setores da sociedade para auxiliá-los na chamada luta política. Segundo pesquisa Quaest divulgada na segunda-feira, a avaliação negativa do governo Lula cresceu seis pontos no intervalo de um mês e meio, atingindo 37% e, pela primeira vez, superando a positiva (31%). (Folha)

Urge melhorar a aprovação do governo, e a intenção de Lula daqui em diante é entregar resultados que modifiquem a percepção da população. A reforma ministerial levará em conta o peso de atores partidários centrais para as decisões do Legislativo. Nos dois maiores blocos partidários da Câmara, as cadeiras de legendas de direita e centro-direita somam 307 votos, onde os partidos União Brasil (59), PP (50), Republicanos (44), PSD (44), MDB (44) e Podemos (14) têm número suficiente para, juntos, bloquearem as propostas do Executivo. São esses os atores que o presidente precisa agradar. (Congresso em Foco)

E o prefeito do Recife, João Campos, aproveitou uma reunião com Lula na semana passada para reforçar um apelo. A poucos meses de assumir o comando nacional do PSB, ele quer que o seu partido seja poupado na reforma. Campos deseja evitar que o PSB, considerado um dos pilares da frente ampla montada pelo PT para vencer Jair Bolsonaro em 2022, perca espaço na Esplanada. Ele lembrou que o PSB é um dos mais fiéis aliados do governo e pediu que Geraldo Alckmin seja mantido como vice-presidente caso Lula dispute a reeleição. (Veja)

Donald Trump sofreu o segundo revés de seu atual mandato, ainda que temporário, nos tribunais. A juíza distrital Loren L. AliKhan suspendeu na noite de terça-feira o decreto que congelava generalizadamente financiamentos e empréstimos federais de ajuda externa a países e ONGs e a programas que promovam agendas ambientalistas ou de igualdade racial, social e de gênero. A magistrada deu prazo até segunda-feira para que o Departamento de Justiça apresente o escopo de programas a serem atingidos, e a expectativa é de que um prazo de suspensão da ordem presidencial seja estendido. (CNN)

Nas esferas política, comercial ou do meio ambiente, os objetivos no horizonte do governo Trump 2 se chocam diretamente com interesses estratégicos brasileiros e, mais ainda, com a atual política externa de Lula. Com um na Casa Branca e o outro no Planalto, a relação entre os dois países corre o risco de derrapar para o pior momento em quase 50 anos, defende, dos Estados Unidos, o jornalista e analista internacional Roberto Simon no Meio Político, que sai às 11h para assinantes premium. Faça ainda hoje a sua assinatura e tenha acesso a essa análise, a todo o conteúdo das Edições de Sábado e ao nosso streaming.

IA chinesa

Orlando Pedroso

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O QuintoAndar, maior plataforma de moradia da América Latina, comemora sua trajetória de inovação no mercado imobiliário. Fundada em 2013 por Gabriel Braga e André Penha, a proptech revolucionou a forma de alugar e comprar imóveis no Brasil ao eliminar a exigência de fiador e operar de forma 100% digital. Atualmente, a empresa administra mais de 285 mil contratos de aluguel em 70 cidades brasileiras, registra 12 mil novos acordos mensais de locação e 2 mil de compra e venda, além de receber 32 mil novos anúncios por mês. É como se um novo contrato de locação fosse fechado a cada 4 minutos e um novo imóvel fosse negociado para venda a cada 20 minutos, em média. Para marcar sua visão de futuro, o QuintoAndar realiza a exposição interativa "Inovações para Morar", de 31 de janeiro a 2 de fevereiro, no foyer do Auditório Ibirapuera, em São Paulo. A experiência gratuita conta com quatro salas temáticas, incluindo a sala "Dados e Descobertas", que utiliza projeções para explorar tendências sobre como vivemos. (Meio)

Apesar da Selic elevada, 51% dos brasileiros pretendem adquirir um imóvel financiado nos próximos dois anos, aponta um estudo da Croma Consultoria. Os Millennials (27 a 42 anos) lideram as intenções, com 63% desejando a casa própria. A pesquisa revelou que 64% dos brasileiros planejam financiar algum bem de consumo nos próximos anos. A compra de imóveis é mais desejada nas regiões Norte e Centro-Oeste (60%). Segundo o levantamento, os prazos ideais para financiamento de imóveis são superiores a 60 meses. (Valor Investe)

Para ler com calma. Hygge é uma filosofia dinamarquesa que valoriza o aconchego, a simplicidade e os pequenos prazeres da vida. O conceito é aplicado em espaços acolhedores, com iluminação suave, velas e plantas. Além da estética, o hygge foca em bem-estar, incentivando atividades como ler, cozinhar, ouvir música ou até mesmo aproveitar o momento presente. O estilo escandinavo inspira sua aplicação na decoração, valorizando luz natural, tons de madeira e detalhes confortáveis, como mantas e almofadas. No Brasil, o hygge pode ser traduzido em simplicidade e descontração, como aproveitar uma rede ao ar livre ou um churrasco com amigos. (Estadão)

Pelo menos 17 universidades públicas, entre federais e estaduais, suspenderam a matrícula de estudantes por intermédio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2025 devido a problemas com dados do MEC, que ainda não enviou às instituições a lista de candidatos classificados, fundamental para as inscrições. O período de matrículas, que iria até esta sexta-feira, foi prorrogado até a próxima segunda, dia 3. A divulgação do Sisu 2025 vem sendo cercada de problemas. Os resultados saíram com um dia de atraso e em planilhas em ordem alfabética que tornavam mais difícil para os alunos identificar a classificação e a posição em listas de espera. O problema só foi corrigido no início da tarde. (Globo)

Em feito inédito, um jato de plasma sendo ejetado de um buraco negro supermassivo foi detectado em tempo real por uma equipe de cientistas, um fenômeno até então considerado impossível de ser observado. Os pesquisadores utilizaram uma técnica de observação astronômica que combina dados de múltiplos radiotelescópios espalhados pelo mundo, enquanto estudavam uma galáxia a cerca de 270 milhões de anos-luz da Terra chamada 1ES 1927+654. A galáxia fica na constelação do Dragão, que abriga um buraco negro em seu centro. O astro parecia estar calmo em 2020, mas em abril de 2023 começou a emitir ondas de rádio 60 vezes mais intensas do que antes. (CNN Brasil)

A literatura brasileira está de luto com a morte no Rio de Janeiro, aos 87 anos, da escritora Marina Colasanti, autora de mais de 70 obras para crianças e adultos, além de jornalista, tradutora e artista plástica. Ela tinha nas prateleiras nove prêmios Jabuti e foi a décima mulher a conquistar, em 2023, o cobiçado prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras. Marina nasceu em 1937 na Eritreia, país do nordeste africano, e passou a infância entre a Líbia e a Itália, antes de sua família migrar para o Brasil quando ela tinha 11 anos. Sua estreia em livro aconteceu em 1968, com Eu Sozinha, dando início a uma das mais férteis bibliografias do país. Seus contos, crônicas, poemas e ensaios falavam sobre a literatura, o feminino, arte, problemas sociais e amor. A família não informou a causa da morte. (g1)

O falecimento da escritora repercutiu nos meios político e literário. O presidente Lula postou em suas redes uma homenagem à autora. O escritor português Valter Hugo Mãe disse que Marina era "uma grandeza humana que fazia com que todos ao redor tremessem de ternura". A Academia Brasileira de Letras (ABL) também se manifestou, declarando em nota que a escritora "deixa um legado inesquecível para a literatura e a cultura brasileiras". Membro da ABL e antropóloga, Lilia Schwarcz diz que Marina "vai fazer muita falta, mas lega uma imensa obra no rastro brilhante de cometa que deixa com sua partida". (Agência Brasil e Rádio Itatiaia)

Com participações de Chico Buarque e Caetano Veloso, Thiago Amud lança hoje no streaming e em vinil o seu quinto disco, Enseada Perdida, o mais intimista de sua carreira. O álbum reflete sua volta ao Rio de Janeiro, que o desafiou a "reencontrar coisas do meu passado, da minha história, da minha família e formação", disse em entrevista ao editor-executivo Guilherme Werneck. (Meio)

A OpenAI anunciou o ChatGPT Gov, uma versão do seu chatbot para agências governamentais. Criado para uso exclusivo do governo dos Estados Unidos, a ferramenta ficará na nuvem comercial Microsoft Azure do governo para gerenciar seus requisitos de segurança, privacidade e conformidade, alimentando o modelo com informações confidenciais e sensíveis. Segundo a empresa, desde o início de 2024 cerca de 90 mil funcionários de governos federais, estaduais e locais geraram mais de 18 milhões de prompts no ChatGPT para traduzir e resumir documentos, escrever e rascunhar memorandos, gerar código e criar aplicativos. (CNBC)

Mesmo com restrições comerciais dos EUA a chips avançados de IA para a China, a DeepSeek está surpreendendo empresas líderes do setor como a OpenAI. O desafio de fazer mais com menos levou a companhia a inovar para produzir um modelo de IA mais barato do que os americanos. Nos últimos anos, o governo chinês tem estimulado talentos em IA, oferecendo bolsas e auxílios para pesquisa e incentivando parcerias entre universidades e indústria. A companhia também priorizou a pesquisa, o que permitiu mais experimentação. (BBC)

Liang Wenfeng, fundador da DeepSeek, tem 39 anos e é considerado em seu país um prodígio da computação e das finanças. Formado em engenharia na prestigiosa Universidade de Zhejiang, diz ter se convencido lá de que a inteligência artificial mudaria o mundo. "O que atrai os melhores talentos é obviamente a solução dos problemas mais difíceis", disse em julho. Conheça sua história. (Reuters)

Meio em vídeo. O último Pedro+Cora é sobre a DeepSeek. Os jornalistas Pedro Doria e Cora Rónai falam sobre o derretimento das ações de empresas de tecnologia, os motivos para o novo chatbot ter ganhado tantos usuários e as razões para ele não funcionar totalmente no Brasil. Assista! (YouTube)