Em mais um passo na direção de uma guerra comercial global, Donald Trump assinou uma ordem para implementar tarifas recíprocas a parceiros comerciais dos Estados Unidos. A medida inclui não apenas taxas cobradas dos EUA, mas também imposto de importação, subsídios, câmbio e outros recursos que o republicano não considera justos. Segundo Trump, a medida é necessária para equilibrar relações “injustas” e impedir que outros países tenham vantagens comerciais. Ele deixou claro que o seu objetivo final é forçar as empresas a levarem sua produção de volta para o território americano. “Se você fabrica seu produto nos EUA, não há tarifas”, disse no Salão Oval. A decisão deve dar início a negociações intensas com governos cujas economias dependem das exportações para os EUA, assim como provocar guerras comerciais em múltiplas frentes se outros países quiserem retaliação. Além das tarifas recíprocas, Trump disse que seus conselheiros se reunirão nas próximas quatro semanas para discutir medidas sobre automóveis, itens farmacêuticos, chips e outros produtos. (Washington Post) Por décadas, os EUA definiram seus níveis tarifários através de negociações em organismos internacionais como a Organização Mundial do Comércio. A definição de novas taxas eliminaria efetivamente esse sistema, sendo substituído por outro determinado exclusivamente pelas autoridades americanas e com base em seus próprios critérios. O advogado Timothy Brightbill, da Wiley Rein, explica que um movimento em direção a um sistema tarifário baseado na reciprocidade é “uma mudança fundamental na política comercial dos EUA e uma das maiores em mais de 75 anos, desde a criação do atual sistema comercial multilateral”, em 1947. (New York Times) Um alto funcionário da Casa Branca disse que as tarifas serão impostas “país por país” e começarão com aqueles com os quais os Estados Unidos têm o maior déficit comercial. As tarifas serão anunciadas “no tempo Trump”, disse o funcionário, “o que significa muito rapidamente”. No memorando que assinou, Trump descreveu o déficit comercial americano como uma ameaça à segurança nacional, preparando terreno para emitir tarifas sem a necessidade de ir ao Congresso. (Financial Times) O Brasil será um dos países com tarifas recíprocas devido à cobrança de uma taxa de 18% sobre o etanol estrangeiro. “A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. No entanto, o Brasil impõe uma tarifa de 18% sobre as exportações de etanol dos EUA. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões para eles”, disse a Casa Branca em nota. No Brasil, a tarifa média de importação sobre produtos americanos é de 12% a 13%, segundo a agência AFP, enquanto a média dos Estados Unidos para os itens brasileiros é de 3%. (Valor) Após o anúncio de Trump, o vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, reiterou que a intenção do governo brasileiro é manter o diálogo com as autoridades americanas, “conversando e ouvindo a iniciativa privada”. Ele destacou que o memorando não é específico para o Brasil e é natural que o governo americano queira avaliar seu comércio exterior. “Reciprocidade não é alíquota igual, é onde você é mais competitivo você vende mais, onde é menos competitivo você compra, produtos que você não tem, você adquire. É nesse princípio que vamos trabalhar.” (g1) Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governo está fazendo um balanço das tarifas americanas e ele acredita que há espaço para negociação. “A maneira como estão sendo anunciadas as medidas é um pouco confusa. Então, temos que aguardar para ter uma ideia do que é concreto e efetivo.” (Globo) Na véspera, Elon Musk deu uma entrevista coletiva no Salão Oval ao lado de Trump e acompanhado de um de seus 12 filhos. O garoto de 4 anos, que Musk chama apenas de X (éks), disse para Trump: “Você não é o presidente e precisa ir embora”. Trump o ignora. X insiste: "Eu quero que você cale a boca.” Musk sorri. O vídeo viralizou nos Estados Unidos. (Folha)
Fonte confiável Marcelo Martinez 
A Polícia Federal deflagrou uma operação sobre desvio de dinheiro público de emendas parlamentares. Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino. Os investigadores identificaram até um “contrato de propina” formalizando a corrupção envolvendo repasses para um hospital do interior do Rio Grande do Sul. A investigação envolve emendas destinadas pelo deputado Afonso Motta (PDT-RS). Embora citado no inquérito, Motta não foi alvo da operação – os agentes ainda investigam se ele tinha conhecimento do esquema, que exigia um percentual de 6% da verba. Ele disse que poderá demitir seu chefe de gabinete, Lino Furtado, alvo da PF. (g1) Depois de um período de distanciamento, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-SP) e o presidente do PSD e secretário de Governo de São Paulo, Gilberto Kassab, almoçaram em segredo no Palácio dos Bandeirantes na semana passada. A informação é de Gerson Camarotti e Nilson Klava. O encontro foi só entre os dois e a conversa foi classificada por interlocutores de ambos como “boa”. Kassab falou a aliados que não há problema em ajudar o governo Lula ao mesmo tempo em que afirma que discutir anistia pode ser positivo para o país. Bolsonaristas, por sua vez, entendem que o apoio do PSD é fundamental para construir apoio ao projeto de anistia no Congresso. (g1) Em evento em Macapá, Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), voltaram a defender a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. “A gente tem que preservar, mas eu não posso deixar uma riqueza que a gente não sabe se tem, e quanto é, a 2 mil metros de profundidade enquanto Suriname e Guiana estão ficando rico às custas do petróleo a 50 quilômetros de nós”. O petista diz que confia na Petrobras e indicou que o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, fará a negociação. Já a liberação cabe ao Ibama. Alcolumbre não citou o caso nominalmente, mas foi direto. “Nenhum lugar do mundo tem autoridade de falar em preservação, quem tem são os filhos do Amapá.” (UOL) |
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