Editorial Paraná Oeste
Trump retira EUA da cena de organizações mundiais
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A decisão de Donald Trump de retirar os Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) foi mais um capítulo do seu projeto de isolamento internacional.
A justificativa, baseada na ineficácia da Organização, ignora a importância histórica dos Estados Unidos dentro da ONU e os impactos negativos para a diplomacia global, visto que a mesma cumpre um papel essencial na mediação de conflitos e na proteção dos direitos humanos.
Essa não é a primeira vez que Trump adota essa postura. Durante seu primeiro mandato, ele já havia cortado o financiamento à UNRWA, agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos, em um momento de crise humanitária que apenas agravou o sofrimento de milhares de vítimas.
Além disso, recentemente também ordenou a retirada dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS), prejudicando não apenas a resposta global a emergências sanitárias, mas também a própria capacidade do país de influenciar políticas de saúde pública no mundo.
Agora, ao retomar essas decisões em relação ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, o atual presidente reforça seu desprezo pelos mecanismos multilaterais de negociação. Em suma, os ataques de Trump soam mais como tentativas de descredibilizar as organizações do que como esforços legítimos de reforma.
O afastamento dos Estados Unidos das principais organizações multilaterais enfraquece sua posição como potência global e abre espaço para que outros países preencham o vácuo deixado. China e Rússia, por exemplo, já vêm ampliando sua influência em organismos internacionais, enquanto os EUA, aos comandos de Trump, insistem em se isolar.
Aparentemente, a retórica de “América em primeiro lugar” representa uma política de curto prazo que fragiliza a diplomacia americana e reduz sua capacidade de atuação no cenário global. Os impactos dessa estratégia não serão sentidos apenas pelos EUA, mas pelo mundo todo.
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