A pressão americana das últimas semanas funcionou. Após negociações de mais de oito horas entre autoridades dos Estados Unidos e da Ucrânia na Arábia Saudita, o presidente Volodymyr Zelensky anunciou a aceitação de um cessar-fogo de 30 dias proposto pelos americanos. “A Ucrânia aceita essa proposta, nós a consideramos positiva, estamos prontos para dar esse passo, e os EUA devem convencer a Rússia a fazê-lo”, disse Zelensky, acrescentando que o cessar-fogo começará no momento em que Moscou concordar. Após o encontro, os EUA informaram que “suspenderão imediatamente a pausa no compartilhamento de inteligência e retomarão a assistência de segurança à Ucrânia”, bloqueados na semana passada. Uma declaração conjunta destacou que o cessar-fogo “pode ser estendido por acordo mútuo das partes, e que está sujeito à aceitação e implementação simultânea pela Rússia”. Kiev e Washington também concordaram em concluir um acordo de minerais raros “o mais rápido possível”. (CNN) Durante um evento na Casa Branca para promover os veículos Tesla, de Elon Musk, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que espera que a Rússia concorde com o cessar-fogo. “É preciso dois para dançar tango”, disse. Em Jeddah, o secretário de Estado Marco Rubio disse que agora cabe à Rússia aceitar os termos de cessar-fogo para avançar para “negociações reais” que realmente acabem com a guerra. (Politico) David E. Sanger: “Em apenas 50 dias, Trump fez mais do que qualquer um de seus antecessores para revolver as fundações de um sistema internacional que os EUA construíram em 80 anos. Pode levar quatro anos ou mais antes de sabermos se essas mudanças serão permanentes. Suas ações sugerem que ele se sente mais confortável no mundo das grandes potências do século 19, onde ele, Putin e o presidente Xi Jinping, da China, negociam entre si e deixam que potências menores se alinhem”. (New York Times) Desde o primeiro minuto de hoje, todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos, “sem exceções ou isenções”, estão sujeitos a tarifas de 25% sobre a venda de aço e alumínio ao país, conforme anunciado em fevereiro. Segundo dados do governo americano, no ano passado, o Canadá foi seu maior fornecedor de aço, em volume, com 20,9% do total, seguido por Brasil (16%) e México (11,1%). Cerca de metade das exportações de aço do Brasil vai para os EUA, o que coloca em risco uma fatia importante da produção siderúrgica brasileira. Um membro do governo brasileiro avalia, reservadamente, que o país precisará aplicar tarifas retaliatórias para frear a investida de Trump. (Folha) Na iminência do tarifaço, o presidente Lula disse que “não adianta o Trump ficar gritando” porque não tem “medo de cara feia”. Fale manso comigo, fale com respeito comigo que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado”, disse. “O Brasil não quer ser maior do que ninguém, mas o Brasil não aceita ser menor. Queremos ser iguais. Porque, sendo iguais, a gente aprende a se respeitar mutuamente.” (Estadão) Já a União Europeia reagiu prontamente, anunciando que vai encerrar no dia 1º de abril a isenção de tarifas de produtos americanos e apresentar em meados de abril novas medidas de retaliação. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, lamentou ter de tomar a medida. “Tarifas são impostos. São ruins para o mercado e ainda piores para os consumidores. As medidas que tomamos hoje são duras, mas proporcionais”, afirmou, acrescentando que o bloco ainda busca uma solução negociada com os EUA. (BBC) É raro alguém que se disponha a analisar um papa e seu legado pelo ângulo estritamente político — tanto de suas ações quanto de suas omissões. Mas o historiador italiano Loris Zanatta, professor de História das Américas no curso de Ciências Políticas da Universidade de Bologna, é um dedicado estudioso das relações da Igreja Católica com a América Latina. E se debruçou sobre a atuação de Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, para escrever Bergoglio — Una Biografia Política, que acaba de ser lançado no exterior. A jornalista Sylvia Colombo entrevistou Zanatta para o Meio Político desta quarta, que chega aos assinantes premium a partir das 11h. E a conclusão do autor é que a condução do papado de Francisco passa por sua ideologia, que divide o mundo entre “povo” e “antipovo”. Quer entender melhor? Assine o Meio! A esperada reforma ministerial, até o momento pontual, deve finalmente andar, revela Malu Gaspar. O presidente Lula se reúne ainda nesta semana com o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para acertar a ida deste para um ministério, possivelmente o do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, ora ocupado pelo vice Geraldo Alckmin (PSB). Lula quer aumentar a participação do partido de Gilberto Kassab na Esplanada, enquanto Pacheco busca uma vitrine para ser candidato ao governo de Minas no ano que vem. (Globo) Carestia
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