Israel rompeu na manhã de hoje (hora local) o cessar-fogo com o Hamas e retomou os pesados bombardeios à Faixa de Gaza, alegando a recusa do grupo islâmico em libertar todos os reféns sequestrados nos ataques terroristas de 7 de outubro de 2023. Segundo autoridades do território palestino, o número de mortos passa de 300, e Israel recomendou que a população deixe novamente diversas áreas do enclave. As famílias dos reféns ainda em poder do grupo terrorista protestaram e pediram a intervenção do presidente americano Donald Trump para interromper as hostilidades. Já a facção mais radical do governo israelense, contrária a qualquer acordo de paz em Gaza, comemorou. Israel diz que o Hamas tem recusado sistematicamente as propostas de mediadores, enquanto o grupo islâmico quer a implementação da segunda fase do cessar-fogo, aprovado em janeiro, que prevê a retirada das tropas israelenses e a libertação dos reféns ainda vivos. A primeira fase terminou oficialmente no último dia 1º, mas os combates não haviam sido retomados. (CNN) Segundo um dos líderes do Hamas, os ataques israelenses representam uma “sentença de morte” para os reféns e são, na verdade, uma manobra diversionista do primeiro-ministro israelense. “A iniciativa de [Benjamin] Netanyahu de retomar a guerra significa sacrificar os prisioneiros da ocupação [como o Hamas se refere aos reféns] e impor-lhes uma sentença de morte”, disse Izzat al-Rishq, acrescentando que o premiê está usando os combates como “bote salva-vidas” diante de crises internas em seu governo. (Guardian) Patrick Kingsley: “As negociações empacaram após Israel pressionar o Hamas a libertar um número significativo de reféns, o que o grupo não quer fazer sem a garantia de que poderá permanecer no poder em Gaza após o fim da guerra. A natureza dos ataques desta terça-feira indica que Israel está tentando forçar o Hamas a se comprometer com um novo acordo, uma tática arriscada e mortífera que pode ainda levar a uma guerra total”. (New York Times) Em busca da recuperação de sua popularidade neste ano pré-eleitoral, o presidente Lula assina hoje o projeto de lei que isenta quem recebe até R$ 5 mil por mês do Imposto de Renda. O evento, no Palácio do Planalto, vai contar com a participação dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O governo espera que o Congresso aprove a mudança para passar a valer já em 2026, ano de eleições. Estima-se que 32% dos trabalhadores deixarão de ser tributados com o aumento do limite de isenção. (Estadão) Para isso, o governo terá de abrir mão de R$ 27 bilhões, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A expectativa inicial era que a correção custasse R$ 32 bilhões no próximo ano, mas houve um recálculo porque o governo vai elevar a isenção do IR dos atuais R$ 2.824 para R$ 3.036, corrigindo o valor de dois salários mínimos. Os R$ 27 bilhões serão compensados com a criação de um imposto mínimo de até 10% para quem tem renda acima de R$ 50 mil por mês, incluindo lucros e dividendos. Haddad se reuniu na manhã de ontem com Lula, que pediu para não haver alterações nos descontos atualmente oferecidos no IR, como isenção por doenças graves. (Globo) E em outra frente para aumentar a popularidade, o governo Lula estuda criar uma faixa estendida no Minha Casa, Minha Vida para atender a quem tem renda mensal familiar entre R$ 8 mil e R$ 12 mil. A medida deve ser viabilizada com a injeção de R$ 15 bilhões do Fundo Social do Pré-Sal para operações de financiamento das atuais faixas do programa. Essa operação deve liberar recursos do FGTS para o financiamento dessa nova faixa. O objetivo é atender à classe média. (Folha) Eliane Cantanhêde: “Com Bolsonaro desmilinguindo, a popularidade de Lula despencando e o centro acéfalo e amorfo, o jogo político está nas mãos do Centrão (na verdade, Direitão), que balança para um lado e para outro, segundo as pesquisas. Exemplos: para o PSD de Gilberto Kassab, dividido sobre a anistia, e o União Brasil, rachado em relação a tudo, importa quem vai ganhar”. (Estadão) O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, decidiu abrir uma sessão extraordinária no plenário virtual, entre amanhã e depois, para decidir se Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino devem ou não ser excluídos do julgamento da denúncia contra Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados por tentativa de golpe de Estado. Os advogados do ex-presidente pediram o afastamento de Dino e Zanin, enquanto as defesas do ex-ministro Braga Netto e do general da reserva Mário Fernandes pediram que Moraes e Dino sejam excluídos do julgamento. Essas solicitações já foram negadas por Barroso, mas diante da “excepcional urgência do caso”, o presidente da Corte decidiu submeter suas decisões aos demais ministros. (UOL) Embora sempre tenha evitado informar números de manifestantes em eventos políticos, a Polícia Militar do Rio de Janeiro divulgou uma estimativa de 400 mil pessoas no comício em favor da anistia para Bolsonaro e pessoas envolvidas nos ataques de 8 de Janeiro no domingo em Copacabana. A ordem de divulgação e o número — já que a PM teria estimado um total de 50 mil pessoas — teriam vindo do Palácio Guanabara, conta Octavio Guedes. O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), nega. A publicação da PM foi retuitada por diversos líderes e nomes bolsonaristas. Segundo a USP, o evento contou com 18,3 mil pessoas. (g1) O Ministério Público do Rio de Janeiro foi acionado para apurar a discrepância das estimativas de público divulgadas pela PM e outras instituições. A deputada estadual Renata Souza (PSOL) pede que a promotoria investigue se há atos de improbidade administrativa por trás da divulgação, segundo a coluna de Lauro Jardim. (Globo) Meio em vídeo. A gente sabe que Bolsonaro não levou 400 mil pessoas para as ruas, mas os zaps bolsonaristas estão convencidos. Sabe qual é o problema de Bolsonaro? Não são os bolsonaristas que precisam ser convencidos de que ele ainda tem poder. E quem o ex-presidente precisa convencer não é tio do zap. Confira o que pensa Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube) Meio errou. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é filiado ao Republicanos, não ao PL. |
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