Padre Reginaldo Manzotti
A Semana Santa nos conduz ao Tríduo Pascal

Filhos e filhas,
“Antes da festa da Páscoa, Jesus sabia que tinha chegado a sua hora. A hora de passar deste mundo para o Pai. Ele, que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”. (Jo 13,1)
Estamos vivendo a Semana Santa, iniciada com o Domingo de Ramos, quando muitos fiéis participam das celebrações. Isso é belo e digno de louvor! Mas não deve parar aí. A Semana Santa nos conduz ao Tríduo Pascal, que é o centro da liturgia cristã.
Jesus, com sua vida e missão, leva à plenitude aquilo que a antiga Páscoa prefigurava. A libertação do Êxodo, passagem da escravidão para a liberdade, alcança seu auge no amor e no serviço de Cristo.
Celebrar o Tríduo Pascal é reviver a história de nossa salvação. É mergulhar no mistério da passagem de Jesus por entre nós. Com seu amor ao Pai e entrega aos irmãos, Jesus transforma a história da humanidade e inaugura uma nova forma de ser: como irmãos e filhos do mesmo Pai.
Cremos que Ele é o Alfa e o Ômega, revelação plena do Deus da Aliança. Sua vida manifesta o amor e a fidelidade divinos de forma perfeita.
A cruz, que parece escândalo e derrota, torna-se sinal de salvação para todos. A morte foi vencida. O amor venceu e tem a última palavra.
Fazer memória da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor nas celebrações da Igreja é atualizar os acontecimentos que salvam. Para nós, cristãos, é reviver o momento que fundamenta nossa identidade. Nele está o alicerce da fé e de nosso agir.
Somos nós, seguidores de Cristo, os guardiões desta memória. Mas essa memória exige compromisso: o caminho do discípulo é feito de luta, doação e serviço, como viveu o nosso Mestre.
Para quem segue Jesus, a vida é caminhada constante: Deus é o início e também o destino. No Filho, já participamos da promessa feita pelo Pai, que se revelará plenamente quando Cristo vier em sua glória. Como está na Carta aos Hebreus: “Não temos aqui nossa pátria definitiva, mas buscamos a futura” (Hb 13,14).
Não almejamos o paraíso perdido, mas sim a cidade nova, a Jerusalém celeste — o Reino definitivo, a Aliança consumada, esperança que nos move.
Se celebramos o mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo, é porque cremos que, mesmo diante da dor e da violência, Ele é a luz, a esperança e a Boa Nova para toda a humanidade.
Por isso, nos preparemos com zelo para viver o Tríduo Pascal e colher com alegria os frutos do Mistério da salvação, culminando na celebração da Páscoa do Senhor.
O Domingo da Páscoa é, como diz o salmista: “O dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!” Assim, nenhum cristão deve deixar de celebrar a Eucaristia neste dia tão sagrado.
É o momento do povo de Deus proclamar em uníssono: “Jesus ressuscitou! Ele está vivo! Alegrai-vos!”
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
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