A guerra comercial deflagrada por Donald Trump chegou a um palco onde normalmente são tratados conflitos mais sangrentos. A China convocou para a próxima semana uma reunião informal do Conselho de Segurança da ONU na qual pretende denunciar os Estados Unidos por transformar tarifas em armas, “lançando uma sombra sobre os esforços globais pela paz e o desenvolvimento”. Na noite de terça-feira, a Casa Branca divulgou um comunicado informando que a importação de produtos chineses chegaria a 245%, em resposta à decisão de Beijing de suspender a exportação de “terras raras”, minerais estratégicos para a indústria de tecnologia. Trump também determinou uma investigação sobre a dependência americana da importação desses materiais. A iniciativa da China de ir ao Conselho de Segurança, onde ela e os EUA têm poder de veto, veio no mesmo dia em que foi anunciado o crescimento de 5,4% no PIB do país no primeiro trimestre. O resultado foi maior que o esperado pelos analistas, que, entretanto, preveem impactos da guerra comercial sobre a economia chinesa. (Reuters e Business Standard) Mas os efeitos não serão sentidos só no Oriente. O presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), Jerome Powell, disse que as tarifas implementadas por Trump “muito provavelmente” vão provocar um aumento na inflação no curto prazo, alertando que esses efeitos podem se estender por um período maior. Durante evento em Chicago, Powell avaliou que as políticas econômicas de Trump ainda estão em desenvolvimento, mas que afastam o Fed de seus objetivos de estabilizar os preços e estimular o emprego. Ao mesmo tempo, a Organização Mundial do Comércio (OMC), previu que o comércio global de mercadorias deve cair 1,5% este ano, devido à guerra tarifária. (Washington Post e Folha) Os conflitos provocados por Trump não se restringem à economia. Nesta quarta-feira, o juiz federal James Boasberg determinou que o governo pode ser processado por “descumprir intencionalmente” uma ordem judicial. A Justiça havia suspendido a deportação de 200 pessoas até que suas defesas fossem ouvidas, mas o governo as expulsou sem que isso fosse feito, invocando uma lei de 1798, criada para tempos de guerra. Boasberg deu prazo até o dia 23 para que a Casa Branca mande explicações. Do contrário, iniciará uma investigação para identificar os responsáveis pelas deportações. (BBC) Meio em vídeo. Donald Trump é um tirano. Sim, a frase é forte. Mas ela não é hiperbólica. É puramente descritiva. Se entendemos suas ações, se entendemos o que faz de alguém um tirano, isso fica óbvio. Confira a opinião de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube) Os restos mortais de dois desaparecidos durante a ditadura militar foram identificados entre o material recolhido em uma vala clandestina no cemitério de Perus, em São Paulo. Segundo a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, os ossos são de Denis Casemiro e Grenaldo de Jesus Silva. De acordo com a Comissão da Verdade, Grenaldo era um militar expulso da Marinha após o golpe de 1964 e morto oito anos depois quando tentava sequestrar um avião. Já Denis era operário e militante de esquerda. Foi preso no Maranhão em 1971, levado para São Paulo e fuzilado após um mês de torturas. A vala clandestina de Perus foi descoberta em 1990 com mais de mil ossadas. (g1) O apagão de investimentos públicos previsto para 2027 vai além das despesas não obrigatórias. Projeções iniciais do governo federal para o Orçamento daquele ano indicam que faltará dinheiro para os investimentos mínimos constitucionais em educação e saúde em função do pagamento de precatórios e dos limites impostos pelo arcabouço fiscal. No detalhamento do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026, divulgado nesta quarta-feira, o governo faz projeções para os próximos quatro anos e diz que será necessário aumentar a receita e fazer uma revisão dos gastos obrigatórios. (Globo) Mas há problemas financeiros no presente também. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) comunicou ao Tribunal de Contas da União (TCU) que a falta de recursos e de pessoal pode comprometer “a eficácia da supervisão da segurança” dos voos no país. O Ministério de Portos e Aeroportos não se manifestou sobre o documento da Anac. (Folha) O Palácio do Planalto já trata como certa a ida do deputado Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) para o Ministério das Comunicações no lugar de seu correligionário Juscelino Filho, denunciado pela Procuradoria Geral da República por corrupção. Falta, porém, combinar com a bancada do partido. Pedro Lucas, que é líder da legenda na Câmara, ainda não aceitou publicamente a nomeação e marcou uma reunião com os colegas para depois da Páscoa. Há o temor de que a ida dele para o governo abra espaço para a eleição de um novo líder mais à direita, o que dificultaria a relação com o Executivo, já não muito boa. Embora ocupe também a pasta do Turismo, o União Brasil foi o partido da base governista que mais deu assinaturas, 40, ao pedido de urgência para o projeto que anistia os envolvidos no 8 de janeiro. (Estadão) O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, está trocando o PSDB pelo PSD. A mudança será oficializada no dia 6 de maio, em Porto Alegre. Os tucanos elegeram três governadores em 2022, mas ficarão apenas com Eduardo Riedel, de Mato Grosso do Sul, já que Raquel Lyra, de Pernambuco, também foi para o PSD em março. Na conversa com a direção nacional do partido, não há qualquer garantia a Leite de que ele disputará a Presidência da República pela sigla. Em 2022, o PSD chegou a oferecer o partido para ele se lançar à Presidência, mas Leite optou por ficar no PSDB e concorreu à reeleição. O PSD já deu preferência ao governador do Paraná, Ratinho Júnior, na corrida ao Palácio da Alvorada. Uma das possibilidades para Leite é ser candidato ao Senado em 2026. (g1) |
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