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Cascavel,20/04/2024

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Frequência de meninas ao médico é 18 vezes maior que a dos meninos

Entidade quer que jovens do sexo masculino frequentem urologistas

Fonte: Reprodução Freepik
Frequência de meninas ao médico é 18 vezes maior que a dos meninos

Pesquisa inédita feita pela
Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com dados do Sistema de Informação
Ambulatorial do Ministério da Saúde revela que o número de consultas de meninos
adolescentes, de 12 a 18 anos, ao urologista é 18 vezes menor que o de
atendimentos de ginecologistas a meninas da mesma faixa etária.
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Em 2021, foram registrados
189.943 atendimentos femininos por ginecologistas na faixa etária de 12 a 18
anos, contra 10.673 atendimentos masculinos por urologistas nessa mesma faixa
etária. Em 2020, foram 165.925 atendimentos de meninas por ginecologistas e
7.358 atendimentos de meninos por urologistas.

Ampliando o levantamento
para a busca por atendimento médico, as meninas entre os 12 e os 19 anos vão
quase duas vezes e meia a mais ao médico que os meninos da mesma idade. Números
de 2020 do Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) do Ministério da Saúde
revelam que o acesso das meninas entre 12 e 19 anos ao SUS foi quase 2,5 vezes
maior que o dos meninos: 10.096.778 de meninas, contra 4.066.710 de meninos.

Independentemente da faixa
etária, o homem procura menos o médico para consultas de rotina, o que faz com
que ele tenha uma expectativa de vida de menor. “As mulheres vivem, em média,
sete a dez anos mais do que os homens. A gente percebeu que isso ocorre porque
o homem não procura fazer os exames necessários, como as mulheres fazem”,
disse o presidente da SBU, Alfredo Canalini.

Para os médicos, não adianta
fazer campanha apenas para o homem adulto, já que esse comportamento é reflexo
de toda uma história de vida que começa logo depois que o menino larga o
pediatra.

Canalini afirma que, ao
contrário das meninas, que as mães levam à ginecologista para serem avaliadas
tão logo entram na adolescência e menstruam, os meninos “ficam meio à deriva”.
“O adolescente do sexo masculino não vai ao médico”.

#VemProUro

Neste mês, a SBU realiza
a quinta edição da campanha #VemProUro, que enfatiza a importância de
o menino ir ao médico na adolescência. Este ano, a campanha aborda a relevância
dos cuidados com a saúde genital e reprodutora e visa, principalmente, os pais,
para que tenham consciência da necessidade de levar não só as filhas, mas
também os filhos, a um atendimento médico preventivo – e não apenas quando
ficam doentes.

A campanha se engaja ainda
na luta contra os cânceres provocados pelo HPV, incentivando os responsáveis a
levarem seus filhos adolescentes para serem vacinados.

O coordenador da campanha,
Daniel Suslik Zylbersztejn, acredita que, com o passar do tempo, a campanha
contribuirá decisivamente para uma mudança de cultura de cuidados à saúde dos
meninos, equiparando ao que vemos hoje nos cuidados à saúde das
meninas adolescentes.

Durante o mês, serão
realizadas ações online de esclarecimento à população no perfil da SBU nas
redes sociais (@portaldaurologia). No 
site, a
SBU também terá conteúdos voltados para os adolescentes.

Na avaliação do presidente
da entidade, é preciso uma mudança de comportamento social. Sem o hábito de ir
ao urologista quando jovens, os pais acabam não levando seus filhos homens para
exames de rotina. “Investimento em saúde não é tratar mais doença, mas evitar
mais doenças. Tratar da saúde de uma pessoa não é só curar essa pessoa quando
ela está doente, mas é também prevenir que a doença ocorra”, avalia Canalini.
 

Segundo o presidente da SBU,
para cada R$ 1 gasto em medicina preventiva, economiza-se R$ 5 em tratamento de
doenças avançadas. “Esse é um dado bom para a saúde pública porque significa
economia do dinheiro público quando se faz um processo de prevenção de doenças
e diagnóstico precoce”, alertou.

ISTs

De acordo com o coordenador
do Departamento de Urologia do Adolescente, José Murillo Bastos Netto, é cada
vez mais comum o atendimento, em consultório ou no serviço público de saúde,
adolescentes com infecções sexualmente transmissíveis.  

Em 2020, pesquisa conduzida
pela SBU com adolescentes constatou que 44% dos entrevistados não usaram
preservativo na primeira relação sexual e 35% não usam, ou usam raramente, o
preservativo. Quatro em cada dez meninos (38,57%) disseram não saber sequer
colocar o preservativo.

“O sexo seguro passa pelo
aviso de que o preservativo deve ser usado em todas as relações sexuais”,
afirmou Canalini.

Entre as ISTs mais comuns
estão sífilis, herpes simples, cancro mole, HPV, linfogranuloma venéreo, gonorreia,
tricomoníase, hepatite B e C e HIV.

Sondagem divulgada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em julho deste ano,
mostra que, no período de 2009 a 2019, o percentual de escolares que usaram
camisinha na última relação sexual caiu de 72,5% para 59%. Entre as meninas, a
queda foi de 69,1% para 53,5% enquanto, entre os meninos, foi de 74,1% para
62,8%.

HPV

Meninos (de 11 a 14 anos) e
meninas (de 9 a 14 anos) podem se vacinar contra o papilomavírus humano (HPV),
a infecção sexualmente transmissível mais comum. A imunização ajuda na
prevenção contra o câncer de útero nas mulheres e contra o câncer de pênis nos
homens.

Dados do Programa Nacional
de Imunizações (PNI) revelam que apenas 36% dos meninos tomaram as duas doses
da vacina, contra 56,2% das meninas. A vacina contra o HPV é ofertada
gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Podem se vacinar também contra o
HPV homens e mulheres imunossuprimidos, de 9 a 45 anos, que vivem com HIV/Aids,
transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos.

Além do câncer de colo de
útero e de pênis, o HPV está associado a cânceres de ânus e de orofaringe. O
vírus tem uma prevalência mundial estimada em 11,7% e a faixa etária de maior
prevalência é nos menores de 25 anos. Por ser uma doença na maioria das vezes
assintomática e com remissão espontânea em até dois anos, muitas pessoas
ignoram ter o problema e o transmitem a seus parceiros.

Consulta

Educação sexual é um dos
assuntos tratados na consulta de um adolescente do sexo masculino com o
urologista.

De acordo com a SBU, a
consulta ao médico na idade dos 12 aos 18 anos é importante para avaliação de
vários quesitos, entre eles, o desenvolvimento físico e a nutrição, condições
gerais de saúde, noções sobre a higiene correta do corpo e dos órgãos genitais,
identificação e medidas preventivas para o desenvolvimento de doenças futuras
como os fatores hereditários e comportamentais, exame testicular e orientações
sobre o autoexame para detecção de anormalidades como varicocele (veias
dilatadas nos testículos que podem levar à infertilidade), hérnias, testículos
mal descidos e tumores no órgão (cuja idade de maior risco começa por volta dos
14 a 15 anos).

Além desses temas, são
abordadas orientações sobre ISTs, paternidade responsável e prevenção de
gravidez indesejada, uso correto do preservativo, fimose, excesso de pele no
pênis, dúvidas sobre sexualidade e desenvolvimento genital, avaliação da
caderneta de vacinação, orientações a respeito do início da vida sexual, entre
outros assuntos.

Agência Brasil




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