Ao sentir uma dor de cabeça, perceber uma mancha diferente no corpo, é comum que um adulto manifeste essas queixas. No entanto, crianças – inclusive bebês – podem não conseguir se expressar.

No Dia Internacional de Luta Contra o Câncer Infantil (15), a oncologista pediátrica da Uopeccan de Cascavel, Carmem Fiori, faz um alerta aos pais: “esse é um fator primordial, o “olhar dos pais”, que no dia a dia devem observar o comportamento, as queixas e as características atípicas que possam ocorrer com a criança. A observação apurada dos pais e educadores pode ser decisiva para o diagnóstico rápido, assim como a atenção dos profissionais da saúde no alerta de que pode ser câncer. O encaminhamento precoce para uma avaliação especializada (hematologista, oncologista pediátrico), pode ser fundamental para o aumento de chance de cura de uma criança e do adolescente com suspeita de câncer”.

Foi observando o filho de 13 anos, à época, que Elaine Cristina de Almeida, mãe de Guilherme Mantovanelli, notou que havia algo atípico com o filho e iniciou um demorado processo em busca por uma resposta. “Ele tinha muitas dores de cabeça, febre, dores na perna… levamos ele ao médico, fizemos todos os exames e estava tudo bem, apenas uma alteração no PCR. Como ele tinha uma virose, a princípio, o médico encaminhou para oftalmologista, fizemos também raio-x do quadril. Investigamos bastante, porque conheço meu filho, ele era saudável, uma criança que gosta de jogar bola, correr, muito ativo”.

Ela lembra ainda que buscou serviço médico mais de 5 vezes, durante 20 dias, e os exames médicos não apontavam o que estava errado. Foi só então que Elaine viu a luz: ela se lembrou de um médico do município onde reside, Pato Bragado, e levou o filho para uma consulta. O profissional em questão participou de uma aula do Programa Diagnóstico Precoce, que há mais de 10 anos é ministrado pela Dra. Carmem na região. O médico então solicitou os exames e encaminhou os resultados para Fiori, que pediu o internamento para investigação. Já na Uopeccan, o diagnóstico veio: Leucemia Linfóide Aguda, no fim de agosto de 2021. Guilherme tem previsão de alta de 3 a 5 anos.

De acordo com a médica, o tratamento do câncer em crianças evoluiu muito nas últimas décadas, sendo que hoje, é individualizado com base nas características clínicas e moleculares de cada paciente, podendo ser com quimioterapia, cirurgia, radioterapia, imunoterapia ou transplante de medula óssea. “A doença é curável e atualmente, as chances de cura são superiores a 75%, se o diagnóstico for precoce, o tratamento adequado em hospitais especializados e com profissionais qualificados no atendimento e acompanhamento desses pacientes”, afirma Fiori.

Assessoria