Coronavírus: cientistas britânicos começam a testar vacina em ratos
Meta é concluir experiência até o fim do ano
Uma equipe de pesquisadores
britânicos anunciou hoje (11) que está testando em ratos uma vacina contra o
novo coronavírus e espera concluir a experiência até o fim do ano.
"Acabamos de injetar em
ratos a vacina que criamos a partir de bactérias e esperamos, nas próximas
semanas, determinar a reação nos ratos, no seu sangue, a sua resposta em termos
de anticorpos contra o coronavírus", disse um dos pesquisadores à agência
France-Presse (AFP).
A equipe do Imperial College,
em Londres, acredita estar entre as primeiras a avançar com ensaios clínicos em
animais, no momento em que a comunidade científica está empenhada em encontrar
uma vacina eficaz, já que as atuais não protegem contra o novo coronavírus.
O desenvolvimento de uma nova
vacina é um processo demorado, que pode se prolongar por vários anos até que se
prove que ela é segura e eficaz.
Em declarações à AFP, Paul
McKay afirmou que sua equipe espera ser a primeira a fazer ensaios clínicos em
humanos e a disponibilizar a vacina contra a nova epidemia. As pesquisas
partiram do trabalho desenvolvido para o coronavírus da Síndrome Respiratória
Aguda (SARS, na sigla em iglês).
"Quando a primeira fase
de ensaios terminar, o que pode demorar alguns meses, poderemos testar
imediatamente a eficácia da vacina em humanos, o que também levará alguns
meses", explicou o cientista, acrescentando que o objetivo é ter uma
vacina viável até o fim do ano.
Em entrevista ao canal
britânico Sky News, o coordenador dos trabalhos, Robin Shattock, admitiu que a
vacina não serviria para combater o atual surto, mas poderá ser importante se
houver outro no futuro.
Trabalho conjunto contra o
novo coronavírus
Vários cientistas da China,
dos Estados Unidos, da Austrália e Europa trabalham juntos contra o tempo, para
encontrar um produto que combata o novo coronavírus, detectado em dezembro de
2019 em Wuhan, capital da província chinesa de Hubei (centro), e que já causou
mais de 1.000 mortes
Segundo a agência chinesa
Xinhua, uma universidade de Xangai também iniciou testes em ratos no domingo
(9).
À AFP, Paul McKay reconheceu
que o trabalho dos vários países traduz um esforço conjunto da comunidade
científica, numa "corrida colaborativa" para encontrar a nova vacina.
Ele lembrou que "os chineses, assim que sequenciaram o genoma,
partilharam-no livremente com todo o mundo".
A epidemia já causou 1.018
mortos, dos quais 1.016 na China continental, onde são registrados mais de 42
mil infectados.
O balanço é superior ao da
SARS, que entre 2002 e 2003 causou a morte de 774 pessoas em todo o mundo, a
maioria na China, mas a taxa de mortalidade permanece inferior.
Na Europa, são notificados,
desde segunda-feira (10) 43 infectados, com quatro novos casos detectados no
Reino Unido, onde a propagação do vírus foi declarada uma "ameaça séria e
iminente para a saúde pública".
Texto:
Agência Brasil
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