Seja bem vindo
Cascavel,19/04/2024

  • A +
  • A -
Publicidade

Paraná vai colher mais de 41 milhões de toneladas de grãos

A expectativa de produção aponta para um volume total de 41,01 milhões de grãos que serão colhidos no Estado, um acréscimo de 5 milhões de toneladas em relação à safra anterior (18/19), que somou 36 milhões de toneladas

Fonte: AEN
Paraná vai colher mais de 41 milhões de toneladas de grãos

 

No Paraná, a safra de grãos 2019/20 se encaminha
para o final com a colheita da segunda safra e dos cereais de inverno. A
expectativa de produção aponta para um volume total de 41,01 milhões de grãos
que serão colhidos no Estado, que representa um acréscimo de 5 milhões de
toneladas em relação à safra anterior (18/19), que somou 36 milhões de
toneladas de grãos. Esse será o resultado das três safras cultivadas no Estado,
a de verão, segunda safra, e de inverno, conforme estimativa do Departamento de
Economia Rural, da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento,
divulgada nesta sexta-feira (31).

O resultado final da safra 19/20 foi alavancado pelo
desempenho das lavouras de soja e feijão na primeira safra, da segunda safra de
milho e das culturas de inverno que ainda estão a campo, com bom
desenvolvimento.

O aumento de produtividade surpreendeu os analistas
do Deral. Houve perdas nas culturas da segunda safra, em decorrência da falta
de chuvas, mas elas foram compensadas ao produtor com o aumento nos preços dos
produtos.

Para o secretário estadual da Agricultura e
Abastecimento, Norberto Ortigara, mesmo passando por períodos de estiagem
prolongada, jamais vista no Estado em muitos anos, o resultado da safra de
grãos no Paraná é considerado surpreendente, tanto em volume como em valor de
venda. Os produtores se beneficiaram do aumento das cotações do dólar, já que a
maioria dos produtos cultivados no Paraná são commodities.

Para o diretor do Deral, Salatiel Turra, a safra
2019/20 transcorreu bem, apesar de algumas intempéries climáticas provocadas
pela estiagem e altas temperaturas. “Se algumas culturas tiveram prejuízos e
reduções de produção, como no caso do feijão das secas e milho da segunda
safra, outras se sobressaíram, como foi o caso da soja que alcançou recorde de
produção”, afirmou.

Turra chama a atenção para os retornos econômicos
bastante interessantes ao produtor com a atual safra, como no caso da soja,
milho e possivelmente para o trigo.

Particularmente sobre o milho da segunda safra, que
está em fase de colheita, Turra atribuiu ao produtor o resultado favorável da
cultura, apesar de ter sido penalizada pela estiagem severa que atingiu o
Paraná entre os meses de março a maio.

“A princípio a estimativa de perda para o milho de
segunda safra era para ser maior, mas devido ao investimento em tecnologia nas
sementes, nos insumos, ou seja, na qualidade desses produtos utilizados pelos
produtores, que estão sendo cada vez mais modernos, mais avançados, a redução
de produção não foi tão acentuada como se previa inicialmente”. Turra salientou
que a tecnologia está ajudando os produtores a garantir uma produção boa, mesmo
em situações de déficit hídrico.

TRIGO   - A cultura do
trigo foi uma das que mais surpreendeu positivamente este ano, com potencial
para revelar uma produção excepcional, em muitos anos. O Paraná deverá produzir
3,7 milhões de toneladas, que corresponde a 1,6 milhão de toneladas de trigo a
mais que está sendo colhido no Estado, em comparação com o ano passado, quando
foram colhidas 2,14 milhões de toneladas do grão.

Segundo o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo
Godinho, o trigo, como cultura de inverno, é muito vulnerável aos riscos do
clima. Porém este ano as geadas não foram fortes neste mês de julho,
considerado o mais crítico, e a cultura está se desenvolvendo de forma bastante
satisfatória.

A preocupação, salientou, está no decorrer dos
próximos 15 dias, cuja previsão climática é de ausência de chuvas e ocorrência
de dias quentes, que pode vir a prejudicar o desempenho final das lavouras.

Os produtores já venderam em torno de 15% da
produção estimada, o que é outra raridade para um mês de julho, frisou Godinho.
O máximo de venda antecipada de trigo que já ocorreu em julho foi de 10%.

O atrativo são os bons preços do trigo, em torno de
R$ 60,00 a saca com 60 quilos.

MILHO - O milho da segunda
safra foi outro grão que respondeu satisfatoriamente, apesar de ter sofrido
perdas nas lavouras com a estiagem. A colheita avançou entre 35% e 40% da área
plantada e está revelando boas produtividades, menores que no ano passado, mas
melhores do que o esperado se for considerado o impacto da estiagem que foi uma
das mais fortes que atingiu a cultura em pleno desenvolvimento, explicou o
analista do Deral, Edmar Gervásio.

Segundo o Deral, a produção deve atingir 11,5
milhões de toneladas, uma queda de 13% em relação à safra passada, que atingiu
volume de 13,2 milhões de toneladas na safra 2018/19. Segundo Gervásio, a seca
contribuiu para evitar a incidência de doenças, o que ajudou a reduzir as
perdas decorrentes da falta de água.

A exemplo do trigo, houve avanço também na
comercialização de milho da segunda safra. Os produtores venderam
antecipadamente acima de 40% do milho de segunda safra neste mês de julho para
aproveitar os bons preços no mercado.  Está sendo vendido a uma média em
torno de R$ 38,00 a R$ 40,00 a saca com 60 quilos, sendo que de janeiro a junho
o milho vinha sendo vendido a uma média de R$ 35,00 a saca. “Mesmo com produção
menor, os produtores estão faturando mais”, disse.

FEIJÃO
DA SEGUNDA SAFRA
bold">  - A colheita já foi encerrada, com uma produção de 259,4 mil
toneladas, volume 28% inferior à safra em igual período do ano passado, cuja
colheita rendeu 360 mil toneladas de feijão no Paraná. Com a estiagem, a
produtividade das lavouras caiu em torno de 41% e o Paraná deixou de colher 179
mil toneladas do grão, informou o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Alberto
Salvador.

Computando as três safras do período 2019/20, que
está se encerrando, o Paraná deverá colher um total de 579 mil toneladas de
feijão, uma redução de apenas 5% em relação ao ano passado.

Segundo Salvador, o desempenho da primeira safra –
feijão das águas – salvou o resultado final. Na primeira safra, a produção de
feijão no Paraná foi 29% maior que em igual período da safra anterior.

Com a estiagem e a perspectiva de quebra da segunda
safra de feijão, o produto estava com preço aquecido até o mês de maio. A saca
de feijão, com 60 quilos, estava sendo vendida em torno de R$ 300,00, um preço
considerado excelente. Com a entrada de produção de outros estados no mercado,
o preço caiu e se estabilizou entre R$ 180,00 a R$ 190,00 a saca, o que ainda é
considerado um bom preço pago ao produtor, acima dos custos de produção,
avaliou o técnico.

SOJA - A colheita da soja foi
totalmente concluída, com um volume recorde de 20,7 milhões de toneladas, um
aumento de 28% sobre o resultado da safra anterior que atingiu 16,13 milhões de
toneladas. Foram mais de 4,5 milhões de toneladas colhidas a mais no Paraná,
disse o economista do Deral, Marcelo Garrido.

Segundo ele, a soja nunca rendeu tanto no Estado
como este ano, reflexo do clima favorável durante o desenvolvimento vegetativo
das lavouras, cujo período teve a ocorrência de chuvas regulares nos momentos
certos.

Para coroar o bom desempenho das lavouras, a
comercialização do grão está sendo uma das melhores dos últimos anos para os
produtores, beneficiados pelo aumento da cotação do dólar frente ao real. Para
se ter uma ideia, a saca de soja está sendo vendida em torno de R$ 100,00 a
saca com 60 quilos, o que garante muita lucratividade ao produtor. Segundo
Garrido, há um ano, a soja era vendida por R$ 66,00 a saca, quase 50% de
aumento nominal nas cotações.

Segundo o Deral, aproveitando os bons preços, cerca
de 91% da soja paranaense, que corresponde a cerca de 18 milhões de toneladas,
já foi vendida. Para o analista, se por um lado o preço está explodindo, por
outro quase não há mais soja para vender porque os mercados externos vieram em
busca do produto brasileiro e paranaense com muita voracidade este ano.

Mesmo com aumento de custos já previstos para
plantar a safra 2020/21, Garrido salienta que o produtor está capitalizado para
enfrentar esse desafio.

CAFÉ -   A produção
de café no Estado deverá atingir esse ano cerca de 56 mil toneladas, repetindo
o desempenho do ano passado. Cerca de 81% desse volume já foi colhido,
movimento facilitado pelos poucos dias frios e sem chuvas neste mês de julho, disse
o engenheiro agrônomo do Deral. Paulo Franzini.

Ele ressaltou a qualidade do café paranaense, que
está sendo colhido, e para a lentidão na comercialização. O produtor vendeu
cerca de 27% da safra, o suficiente apenas para pagar a colheita, que é o item
mais caro da lavoura e agora deve esperar uma reação nos preços.

O preço, cotado em torno de R$ 515 a saca em maio,
caiu para R$ 400,00 em junho. Em julho, com uma pequena reação, o preço do café
foi a R$ 440,00 a saca.

Segundo Franzini, o produtor não está endividado e
vai esperar uma reação do mercado. Este ano o volume de exportação de café
brasileiro pode ser o segundo recorde da história, com uma exportação avaliada
entre 30 a 35 milhões de sacas. O café brasileiro é exportado para 125 países,
sendo os maiores compradores os Estados Unidos e países da Europa.

CEVADA - A cultura da cevada
está em campo, e o desenvolvimento vegetativo é considerado bom. Foram
plantados em torno de 62,7 mil hectares, repetindo a área ocupada no ano
passado. A produção esperada é de 288 mil toneladas, volume 13% acima da safra
anterior.

De acordo com o engenheiro agrônomo do Deral,
Rogério Nogueira, a região de Guarapuava – maior produtora e consumidora de
cevada no Estado – aumentou a área de plantio em 11% e já vendeu 50% de sua produção
para uma indústria de malte local.

MANDIOCA - O plantio de mandioca
aumentou 3%, passando de 136,4 mil hectares no ano passado para 140,2 mil
hectares esse ano. A produtividade do cultivo de mandioca no Paraná é o dobro
da brasileira.

A produção esperada é de 3,38 milhões de toneladas,
volume 9% maior que o colhido no ano passado, que atingiu 3,11 milhões de
toneladas. Essa produção seria ainda maior não fosse afetada pela falta de
chuvas, principalmente na região Noroeste do Estado onde se concentra o cultivo
de mandioca, salientou o economista do Deral, Methódio Groxko.

A colheita este ano está mais acelerada que no ano
passado. Cerca de 55% do volume esperado já foi colhido. Segundo Groxko, a
pandemia afetou bastante o setor, que reflete o consumo em baixa. Isso porque a
maior parte da mandioca paranaense é transformada em fécula, matéria-prima
utilizada por indústrias variadas, cujos desempenhos foram afetados com queda
nas vendas.

Sem venda, não há consumo de fécula e não há
aquecimento nos preços da mandioca, explica Groxko. Para se ter uma ideia, a
raiz cuja tonelada era vendida por R$ 415,00 em janeiro caiu para cerca de R$
334,00 atualmente, uma queda muito acentuada que provoca perdas de 20% no
rendimento potencial do agricultor.

Segundo o Deral, a fécula de mandioca está com
redução de preços de 22% e a farinha de mandioca está com redução nos preços de
13%. A farinha foi menos prejudicada porque há demanda maior dos estados do
Norte e Nordeste para o consumo das famílias.

AEN

















































































 




COMENTÁRIOS

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.