Câncer de pele mais perigoso pode ser prevenido com hábitos simples
Alterações em pintas e manchas, como mudanças na forma, cor ou tamanho, podem ser sinais de alerta que não devem ser ignorados
Embora seja um dos tipos menos comuns de câncer de pele, o melanoma é o mais agressivo e letal. Sua alta capacidade de crescimento rápido e de gerar metástases - atingindo órgãos como pulmões e cérebro -, o torna um dos grandes desafios da oncologia. Identificar sinais precocemente é a chave para aumentar as chances de cura.
“O melanoma é considerado o câncer de pele mais grave porque pode evoluir rapidamente e acometer outros órgãos, aumentando a morbidade e a mortalidade”, detalha a oncologista clínica Jordana Mayumi Yaguchi Resende, do Ceonc Hospital do Câncer de Cascavel.
Os números do Instituto Nacional de Câncer (Inca) reforçam esta preocupação. No Brasil, surgem 13.620 novos casos de melanoma por ano, em comparação com 220.490 casos de câncer de pele não melanoma. Apesar de representar apenas 5% dos cânceres cutâneos, o melanoma é responsável por cerca de 40% das mortes relacionadas a tumores de pele, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
Sinais que não podem ser ignorados
Na maioria das vezes, o melanoma começa com alterações em pintas ou manchas na pele. Segundo a doutora Jordana, as principais características incluem lesões assimétricas, bordas irregulares, presença de várias colorações, diâmetro maior que 5 mm e mudanças ao longo do tempo. “Em casos mais avançados, podem surgir linfonodos (ínguas) e sintomas sistêmicos, como escurecimento da pele, que indicam a progressão da doença”, explica.
A regra ABCDE é uma ferramenta prática para identificar possíveis sinais de alerta e fazer um autoexame em casa periodicamente. É possível observar a Assimetria (metade da pinta é diferente da outra); Bordas (contornos irregulares ou mal definidos); Cor (variações de tonalidade, como preto, marrom e vermelho); Diâmetro (maior que 5 mm) e Evolução (mudanças no tamanho, forma ou cor ao longo do tempo).
“Lesões novas, diferentes ou que estão mudando de características, ou ainda aquelas que sangram, devem ser avaliadas por um dermatologista ou oncologista”, reforça Jordana. Pacientes com fatores de risco devem realizar consultas preventivas anuais.
Fatores de risco
Alguns fatores aumentam a chance de desenvolver melanoma, como histórico familiar de câncer de pele, pele clara (fototipos 1 e 2), presença de lesões atípicas e exposição solar intensa sem proteção. “Pessoas com muitos nevos (pintas) ou lesões atípicas devem realizar acompanhamento médico regular para monitoramento”, orienta a médica.
Prevenção ao alcance de todos
Neste Dezembro Laranja, o melanoma ganha destaque nas campanhas de prevenção, mas o cuidado com a pele deve ser uma prática constante. Proteger-se do sol com filtro solar (FPS mínimo 30), usar chapéus, óculos escuros e roupas adequadas são atitudes essenciais para reduzir o risco.
Além disso, hábitos saudáveis, como não fumar, evitar o consumo excessivo de álcool, praticar atividades físicas e manter o peso corporal ideal, contribuem para a prevenção do melanoma e de outros tipos de câncer.
“O cuidado diário com a pele, aliado a visitas regulares ao médico, é essencial para prevenir não apenas o melanoma, mas outros tipos de câncer de pele”, conclui Jordana.
Assessoria
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