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Cascavel,25/04/2024

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Paraná deverá produzir 40 milhões de toneladas de grãos

A estimativa é da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento que divulgou relatório mensal de acompanhamento da safra nesta sexta-feira (25)

Fonte: AEN
Paraná deverá produzir 40 milhões de toneladas de grãos

 

A
Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento divulgou relatório mensal
de acompanhamento da safra nesta sexta-feira (25), relativa ao mês de setembro,
que estima uma produção de 24,3 milhões de toneladas para a safra de grãos de
verão 2020/21, e 40,8 milhões de toneladas para a safra total de grãos 2019/20
que está em fase de encerramento.

O
Paraná começa a plantar a safra de grãos de verão 2020/21 mas a continuidade do
clima seco, que se configurou na maior estiagem dos últimos 100 anos, segundo o
Simepar, é a maior preocupação dos produtores.

Para
o secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara, o quadro pode ser
preocupante por causa da falta de chuvas, mas ele espera uma boa safra de grãos
no Estado no ano que vem. Ele disse que a expectativa de safra é sempre
conservadora no início mas que pode surpreender no decorrer do desenvolvimento das
lavouras e a normalização do clima.

Ele
citou o avanço importante da colheita de trigo no Paraná que este ano está
rendendo uma excelente produção, em que o produtor está sendo compensado com a
boa qualidade dos grãos e elevação nos preços.

Em
relação à falta de chuvas, Ortigara disse que o produtor ainda pode trocar de
cultivares usando as de ciclo mais curto quando tiver mais umidade no solo para
não comprometer tanto o desempenho da safra, recomendou.

“O
ideal seria seguir o zoneamento climático e com boa umidade do solo o produtor
pudesse tranquilamente semear a soja e o milho”, disse. “Mas a situação este
ano reforça a necessidade que o produtor tem de fazer um plantio direto cada
vez mais correto, de alta qualidade, guardando mais água no solo com proteção
de palhada bem feita para não enfrentar problemas com o clima”, acrescentou.

SOJA
- O clima ainda está muito seco para o plantio da soja. Por enquanto houve
cultivo apenas na região Sudoeste do Estado. Na média dos últimos três anos, o
plantio já teria ocupado uma média de 8% da previsão de área plantada. No ano
passado nessa mesma época já havia 3% da área prevista plantada. O que não é
pouco se considerar que o Deral está prevendo um plantio recorde de 5,54
milhões de hectares na safra 20/21, disse o economista Marcelo Garrido.

Segundo
ele, o produtor não está propenso a plantar enquanto as chuvas não retornarem
com mais intensidade, o que está um pouco difícil em ano de anúncio da corrente
La Niña, em que a incidência de chuvas nas regiões Sul e Sudeste é menor.

O
economista chamou a atenção para um quadro semelhante ocorrido no ano passado
quando houve falta de chuvas até o mês de setembro, mas quando voltaram no mês
de outubro o plantio foi em ritmo acelerado. O Deral mantém a previsão de
produção de 20,4 milhões de toneladas de soja na safra 20/21.

Se
por um lado o produtor está um pouco frustrado com as chuvas, por outro está
animado com as vendas antecipadas de soja. Este ano, 37% da produção esperada
já foi vendida, mais do que o dobro do ano passado, quando nessa mesma época
15% da safra estava vendida, comparou Garrido.

A
soja continua com preços elevados, em torno de R$ 127,00 a saca com 60 quilos,
atribuídos à valorização do grão no mercado internacional e ao câmbio também
valorizado. A China continua comprando muita soja, elevando a demanda mundial.

MILHO
- Apesar do período seco, 34% da previsão de plantio de milho para a temporada
20/21 já foi efetivada. Ao contrário da soja, esse percentual não é muito se
considerar que a previsão é plantar 360 mil hectares na primeira safra, disse o
analista do Deral, Edmar Gervásio. A maior parte do plantio de milho ocorreu
nas regiões de Ponta Grossa, Guarapuava e Região Metropolitana de Curitiba, que
juntas detêm mais de 50% de toda a área plantada no Estado nesse período do
ano.

O
ideal para o plantio ocorre nos meses de outubro e novembro. Mas os produtores
preferem antecipar para plantar a segunda safra de milho com mais folga no
início do ano que vem.

A
segunda safra de milho do período 2019/20 está sendo finalizada com bons preços
para o produtor e uma perda de produção em relação ao que vinha sendo esperado.
Está com 98% da área plantada já colhida, devendo alcançar um volume de 11,7
milhões de toneladas, cerca de 1,5 milhão de toneladas a menos que a
expectativa inicial do Deral, que era colher 13,1 milhões. Nessa safra foram
plantados 2,28 milhões de hectares.

A
cultura foi prejudicada pela falta de chuvas que provocaram prejuízos em torno
de R$ 1 bilhão aos produtores. “Esse valor é o que o produtor deixou de ganhar,
mas certamente está sendo compensado com a elevação nos preços que nos últimos
dias ultrapassaram os R$ 50,00 a saca com 60 quilos”, disse Gervásio. Na média
do ano os preços se mantiveram acima de R$ 40,00 a saca durante o ano, o que
foi muito bom para os produtores, acrescentou.

Novamente,
ao contrário da soja, o milho não é vendido de forma tão antecipada, sendo que
somente 8% da produção esperada de milho para a safra 20/21 foi vendida. A
venda antecipada caminha junto com a colheita, disse Gervásio.

A
valorização do milho ocorreu em função do aumento de mais de 40% nas
exportações das carnes suína e de aves, elevando a demanda pelo grão que se
transforma em proteína animal.

FEIJÃO
PRIMEIRA SAFRA - A falta de chuvas também prejudica o plantio do feijão
primeira safra que precisa de mais umidade para se desenvolver, disse o
engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvador. Segundo ele, há áreas
plantadas na região de Ponta Grossa e Região Metropolitana de Curitiba, mas o
produtor está bem preocupado porque a ocorrência de chuvas este ano está sendo
escassa, frisou. Em anos anteriores o plantio já tinha avançado bastante, sendo
que havia 31% da área plantada no ano passado, 42% no ano anterior e 51% em
2018. 

O
período indicado para plantar a primeira safra vai até dezembro, porém o
produtor quer antecipar a lavoura para plantar a segunda safra de grãos, disse
o técnico.

A
irregularidade do clima afeta não só o plantio como a comercialização também.
Por enquanto o mercado está abastecido pelo feijão plantado na região
Centro-Oeste do País. Mas está havendo uma retenção da produção à espera de
elevação nos preços. E o feijão cultivado no Paraná, por ser o maior produtor
do Brasil, é um grande balizador na comercialização principalmente a partir de
dezembro, quando é o período de colheita, disse Salvador.

Por
conta da retenção do feijão na região Centro Oeste, o feijão de cor, que vinha
sendo comercializado em média por R$ 193,00 a saca, foi vendido por uma média
de R$ 245,00 a saca com 60 quilos nas últimas três semanas, um aumento de 27%.
Já o feijão-preto, cuja importação foi autorizada pelo Ministério da
Agricultura, teve um aumento em torno de 6% no mesmo período, passando de R$
225,00 a saca para R$ 238,00 a saca.

CAFÉ
-  A colheita da safra de café 2020/21 já foi concluída e rendeu um volume
de 943 mil sacas com 60 quilos, repetindo a do ano passado, mas foi 10% a menos
do que o esperado também por causa da irregularidade das chuvas, disse o
engenheiro agrônomo do Deral, Paulo Franzini. Como o café é uma cultura perene,
a preocupação do produtor agora é com a safra do ano que vem, disse.

A
estiagem ao longo deste ano já provocou atraso na florada, com impactos na
safra do ano que vem. Agora depende das chuvas para o cultivo ir para a frente.
E essa situação está ocorrendo no Paraná e em outros estados produtores, disse
o técnico.

Se
não chover logo, há o risco de haver abortamento dos botões de flores que por
enquanto estão em dormência. “Mas não conseguem ficar por muito tempo. Sem
umidade eles abortam impedindo a frutificação”, explicou Franzini.

Embora
o café seja uma commoditie de valor elevado, em torno de R$ 500,00 a saca com
60 quilos, o fato é que esse preço não remunera os custos de produção, disse
Franzini. O cafeicultor paranaense está vendendo a produção à medida que
precisa liquidar débitos do plantio. Este ano já vendeu 47% da produção.

ARROZ
- O Paraná não é um grande produtor de arroz, sendo que os maiores cultivos
predominam nos dois estados do Sul do País: Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O arroz irrigado deverá ocupar uma área de apenas 18,3 mil hectares no Paraná,
com uma expectativa de produção de 142,2 mil toneladas do grãos, 2% a menos em
relação ao ano passado.

O
arroz de sequeiro, também pouco cultivado, deve apresentar uma produção de 5,3
mil toneladas. Os dois juntos suprem apenas um terço das necessidades de
consumo do Estado.

Segundo
o economista do Deral, Methódio Groxko, nos últimos quatro ou cinco anos o
arroz vinha com um preço muito baixo e o produtor mal recebia o custo de
produção. Houve redução no plantio e este ano ocorreu a tempestade perfeita. Ou
seja, houve aumento do consumo nas casas por causa da pandemia, o auxílio
emergencial do governo que ajudou as famílias a consumirem mais alimentos
básicos. Com o aumento da demanda e produção em baixa, o preço explodiu.

TRIGO
E CEVADA -    As lavouras de inverno como trigo e cevada foram
pouco impactadas pela seca. O trigo foi mais afetado pela falta de chuvas nesse
último mês, reduzindo a expectativa de produção de 3,5 milhões de toneladas, no
mês passado, para 3,3 milhões de toneladas esse mês. Mas ainda assim uma produção
boa, 55% maior que no ano passado, disse Groxco.

Foram
plantados um total com 1,11 milhão de hectares e a expectativa inicial era
colher 3,7 milhões de toneladas. As maiores perdas de trigo ocorreram nas
regiões de Campo Mourão, Cascavel, Londrina e Maringá.

Cerca
de 44% da área plantada já foi colhida e os produtores estão sendo compensados
com a elevação nos preços. Houve um aumento de 25% nos preços do trigo em um
ano. Eles passaram de uma média de R$ 46,19 a saca com 60 quilos em agosto do
ano passado para R$ 57,64 em agosto deste ano. Hoje, os preços estão um pouco
mais elevados, em torno de R$ 62,47 a saca.

O
trigo está sendo impactado pela valorização do grão no mercado externo e também
pela valorização cambial.

A
cevada é outro grão de inverno que está em boas condições. Segundo o engenheiro
agrônomo do Deral, Rogério Nogueira a região de Guarapuava, que tem mais de 60%
da cevada cultivada no Estado, teve chuvas na hora e local certo e não houve
prejuízos as lavouras.

Segundo
o Deral, a preocupação é com as lavouras da região de Ponta Grossa, onde a
falta de chuvas pode provocar danos. Mas só com o andamento da colheita é que
eles poderão ser quantificados.

Por
enquanto a expectativa de colheita se mantém com um volume de 290 mil
toneladas, 11% a mais do que no ano passado.

MANDIOCA
- A mandioca é outro produto que está sofrendo com a estiagem severa no Paraná.
A cultura ocupou uma área de 150 mil hectares, com concentração na região
Noroeste do Estado e a expectativa de produção é 3,60 milhões de toneladas.
Groxko explica que está difícil para plantar e para colher em função do solo
muito endurecido. Na colheita aumenta a perda de raiz e aumenta também o custo
da mão de obra e o rendimento dos trabalhadores é bem menor.

Os
preços da mandioca que vinham muito baixos ao produtor estão dando sinais de
reação com a volta das indústrias de fécula e farinha à atividade. Elas ficaram
paralisadas com a pandemia. Atualmente os preços estão em torno de R$ 351,00 a
tonelada, quase chegando nos R$ 360,00 registrados em abril, mas ainda longe
dos R$ 415,00 a tonelada registrados no início do ano.

AEN



















































































 




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