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Cascavel,29/03/2024

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UFPR lança novas cultivares de cana-de-açúcar

Grupo de pesquisa da instituição faz parte de rede nacional que atua no melhoramento do setor sucroenergético

Fonte: Faep
UFPR lança novas cultivares de cana-de-açúcar

Desde julho, o Programa de
Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar (PMGCA) da Universidade Federal do
Paraná (UFPR) está disponibilizando quatro novas cultivares para os produtores
paranaenses e brasileiros. Desde 1992, a UFPR faz parte da Rede
Interinstitucional para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa),
projeto que envolve 10 universidades federais e desenvolve tecnologias para
impulsionar o setor no país. No total, incluindo as quatro da UFPR, serão
lançadas 21 novas cultivares, em comemoração aos 30 anos de formação da Ridesa
e 50 anos da fundação do Planalsucar.

A Ridesa absorveu o trabalho
de pesquisa anteriormente desenvolvido pelo Programa Nacional de Melhoramento
da Cana-de-Açúcar (Planalsucar), criado em 1971 pelo Instituto do Açúcar e do
Álcool (IAA), órgão do Ministério da Indústria e Comércio. O objetivo era
subsidiar investimentos para a cultura no campo e na indústria, além de
disseminar conhecimentos, produtos e serviços gerados pela pesquisa. O
Planalsucar foi extinto em 1990, sendo substituído pela rede de pesquisa junto
às universidades, que incorporaram antigas unidades da instituição.

A Ridesa é o principal grupo
de pesquisa canavieira do país, cujas variedades correspondem a cerca de 60% da
área cultivada com cana-de-açúcar no Brasil. No Paraná, esse percentual atingiu
76% na safra 2020/21. Segundo o pesquisador João Carlos Bespalhok, que também é
professor titular do Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade da UFPR, as
quatro novas cultivares lançadas possuem perfis diferenciados e incluem maior
resistência a doenças, alto teor de sacarose, diferentes ciclos de colheita e
adaptações a vários tipos de solos e ambientes.

“Nós temos nos debruçado sobre
as características das regiões do Paraná. Por exemplo, grande parte da
cana-de-açúcar está localizada no Noroeste, com solo mais arenoso, ambiente
mais restritivo. Então, nesse caso, é interessante trabalhar com uma variedade
mais precoce. Três dessas novas cultivares tem uma certa flexibilidade de
colheita para os agricultores, o que é muito bom”, explica Bespalhok.

O PMGCA possui parceria
público-privada com todas as 25 empresas do setor no Paraná, que auxiliam na
condução das pesquisas, fornecendo informações e recursos financeiros. A UFPR é
uma das sete instituições fundadoras da rede e é responsável por 10 das 79
bases de pesquisa da Ridesa espalhadas pelo país. Em nível nacional, são 298
usinas conveniadas, o que representa 80% das empresas brasileiras produtoras de
cana, açúcar, etanol e bioeletricidade.

As cultivares desenvolvidas
passam por uma fase de experimentação dentro das próprias usinas
sucroalcooleiras, para testes e avaliações em diferentes ambientes,
considerando o teor de sacarose, resistência ou tolerância a doenças,
desempenho a mecanização de plantio e colheita, identificação de ciclo de
colheita e ambiente de produção e solo que proporcione indicações para o manejo
e se obtenha elevado rendimento agrícola.

“É um processo contínuo de
melhoramento, buscando aumentar a produtividade e a rentabilidade da cultura.
Além das características ambientais, nós desenvolvemos materiais que se adaptem
às condições que a própria indústria disponibiliza”, aponta o pesquisador. A
UFPR já iniciou a série de pesquisas de 2021, visando o lançamento de novas
variedades daqui a 15 anos.

Destaque no setor Desde a
criação, a Ridesa já produziu 75 cultivares de cana-de-açúcar, denominadas
República do Brasil, com a sigla RB. Além disso, o extinto Planalsucar havia
lançado outras 19. Destas 94 variedades, o PMGCA da UFPR foi responsável pelo
desenvolvimento de seis.

Em 2010, a UFPR lançou a
cultivar RB966928, que conquistou a preferência dos produtores rurais de
diversos Estados, como Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas
Gerais. Atualmente, é a segunda variedade mais cultivada no Brasil, presente em
14% da área dedicada a cultura.

De acordo com Bespalhok, a
RB966928 apresenta elevado teor de açúcar no início de safra e é indicada para
o cultivo em ambientes de médio a alto potencial. A escolha de uma variedade de
cana-de-açúcar com alta produtividade aliado ao alto teor de sacarose é
fundamental para a rentabilidade dos produtores. “A RB966928 também se destaca
por sua excelente produtividade tanto em plantio mecanizado como em colheita
mecanizada. Não são todas as cultivares que se adaptam tão bem a esse sistema”,
observa.

Ainda segundo o pesquisador do
PMGCA, esse grande número de cultivares de cana-de-açúcar é uma característica
do próprio setor, que precisa de matéria-prima disponível praticamente durante
todo o ano e em diversas regiões do Brasil, com características específicas de
manejo e clima. “É uma gama de ambientes muito distintos. Inclusive dentro do
mesmo ambiente, é preciso ter cultivares que amadurecem em épocas diferentes”,
conclui.

Confira as características das
cultivares lançadas pela UFPR em 2021:

 

RB006970: variedade
precoce, com alta produtividade e riqueza, não floresce e não isoporiza. Possui
potencial máximo de rendimento em ambientes favoráveis e pode ser colhida de
abril a setembro, favorecendo o planejamento varietal. Apresenta alta
colheitabilidade, boas socarias e excelente longevidade. Apresenta bom
desempenho no plantio mecanizado. Tem crescimento rápido, excelente visual de
planta, boa resposta a aplicação de maturador. Ótima sanidade às principais
doenças;

 

RB036152: considerada
uma variedade funcional, pois agrega rusticidade, elevada sanidade e excelente
adaptabilidade e estabilidade de sua produção agroindustrial. Deve ser
cultivada preferencialmente em ambientes restritivos, apresentando excelente
comportamento e ótima resistência a períodos de estiagem. Apresenta vigor de
planta excepcional, com alta velocidade de crescimento. Sua maturação é
considerada média a tardia, com colheita de maio a setembro, podendo
eventualmente ir até novembro. Possui bom desempenho em relação ao plantio e
colheita mecanizada, com boa longevidade e ótimas socarias. Tem respostas
positivas a aplicação de inibidor e maturador;

 

RB056351: variedade
precoce, com alta produtividade e riqueza, boa longevidade e raro
florescimento. É recomendada para cultivo em ambientes favoráveis e médios,
também podendo ser cultivada em ambientes restritivos, com boa produtividade
agroindustrial e elevada estabilidade. Possui elevado teor de sacarose. É uma
ótima opção de variedade para colheita do início da safra até agosto. Boa
performance no plantio e colheita mecanizada, com excelente brotação das
socarias. Apresenta boa tolerância a períodos de estiagem e resistente às
principais doenças;

RB056380: variedade
extremamente precoce e com boa produtividade, que aliada à sua riqueza, tem
mostrado ganhos significativos para colheita de março a maio, podendo
estender-se até julho. A recomendação é para cultivo em ambientes favoráveis e
médios. Tem porte alto, ereta, dificilmente ocorre tombamento, com excelente
colheitabilidade, boa longevidade e brotação de socarias. Apresenta
florescimento eventual e com pouca isoporização, apresentando boa tolerância a
períodos de estiagem. Responde a aplicação de inibidor e maturador. É tolerante
às principais doenças.

FAEP







































 




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