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Cascavel,20/04/2024

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Uso inadequado das redes pode ser nocivo ao desenvolvimento cerebral dos adolescentes

Tecnologia causa dependência com sintomas parecidos com vício em substâncias químicas

Fonte: Reprodução
Uso inadequado das redes pode ser nocivo ao desenvolvimento cerebral dos adolescentes

O uso exacerbado de
tecnologias pode ser nocivo ao desenvolvimento cerebral dos adolescentes. E o
acesso às redes sociais de forma ininterrupta, com perda da noção do tempo de
exposição ao que é observado, pode causar dependência, inclusive com sintomas
parecidos aos vícios em substâncias químicas. Por conta desses efeitos e
consequências, o acesso irrestrito à tecnologia é um assunto que traz
preocupação e ganhou ainda mais destaque depois de um caso de repercussão
nacional, em que a médica Fernanda Rocha Kanner, “cancelou” a filha de 14 anos
das redes sociais. A adolescente era influencer e tinha mais de dois milhões de
seguidores nas redes. O medo de que a filha “se perdesse” com o uso exagerado
das redes e a necessidade de postar como se fosse um “trabalho”, foram algumas
das justificativas da mãe, que foi elogiada por muitos, mas criticada por
outros, que julgaram a atitude radical.

“Isso repercutiu de uma forma
interessante e o posicionamento das pessoas mostra o quanto a nossa família
está sendo invadida por quem sequer sabe o que realmente aconteceu. Todo mundo
tem um palpite para dar sobre todas as coisas, mas não sabe o quanto esse uso
exagerado da tecnologia pode prejudicar o desenvolvimento do cérebro do
adolescente. Se já é difícil para o adulto ter esse controle do uso das redes,
é ainda mais nocivo para o jovem porque a parte do lobo pré-frontal do cérebro
é a última área que se desenvolve e normalmente dos 18 aos 20 anos”, explica a
médica psiquiatra Regiane Kunz Bereza.

A dificuldade de ter noção do
tempo “perdido” na internet se deve muito ao fato de que tanto os episódios de
séries quanto os vídeos de outras redes estão interligados. Desta forma, fica
mais difícil controlar o uso da tecnologia, o que pode causar dependência. Quem
nunca foi assistir aquela série favorita com a intenção de ver apenas um
episódio e ficou até de madrugada na tela, percebendo que passou horas nas
redes só depois de vários episódios? Este é apenas um dos exemplos da falta de
controle que se tem com o uso da tecnologia.

“Por ser algo incutido na
rotina, quando a pessoa fica impossibilitada de usar a rede social, pode passar
a apresentar sintomas de abstinência parecidos com casos de dependência de
substâncias químicas, como dificuldade de se concentrar e explosão de raiva.
Sem contar que os assuntos discutidos por essas pessoas e por esses
adolescentes, normalmente têm a ver com o que está nas redes, induzindo a uma
exclusividade desse repertório, diminuindo cada vez mais o interesse por outros
assuntos”, comenta a médica.

Com relação às crianças, para
ter um retorno à hierarquia natural com um controle do uso das redes, é preciso
trabalhar com a mudança de atitude dos pais, da forma menos traumática
possível, o que pode requerer ajuda de psicólogos, psiquiatras e neurologistas.

“As crianças estão cada vez
menos receptivas aos comandos. Existe uma falta de autoridade dos pais com
relação aos filhos, que estão acostumados a não ter regras a seguir; e os pais
acabam se tornando reféns das crianças, fazendo só o que elas querem. Muitas
vezes, os pais superestimam a capacidade das crianças de manter o controle com
relação ao uso da internet, e elas acabam acessando conteúdos inapropriados
para a idade e para o nível de desenvolvimento. As redes sociais não são
adaptadas para crianças e adolescentes em geral”, reforça.

Diante disso, dizer não e
recorrer a medidas extremas, como a citada no começo do texto, podem ser
alternativas possíveis.















“É claro que nenhuma criança e
nenhum adolescente gostam de ser 100% controlados. Mas é função dos pais dizer
não e exercer certo controle sobre o que está ocorrendo. Nos casos em que os
filhos já estão sem nenhum limite em relação às tecnologias, a situação já
fugiu do domínio dos pais, mas é preciso que haja pulso e autoridade para impor
o que é certo e distinguir o necessário do exagero”, finaliza a psiquiatra.

Assessoria




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