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Cascavel,29/03/2024

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Programa de energia renovável atrai produtores rurais e já tem 656 projetos prontos

Projetos elaborados a pedido de interessados em instalar unidades de energia solar fotovoltaica ou biodigestor alcançam montante de R$ 120 milhões

Fonte: José Fernando Ogura/AEN
Programa de energia renovável atrai produtores rurais e já tem 656 projetos prontos

Programa Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR) já
tem 656 projetos elaborados a pedido de interessados em instalar unidades de
energia solar fotovoltaica ou biodigestor, alcançando o montante de R$ 120
milhões. Desses, 244 projetos técnicos já estão em bancos para financiamento, o
que representa R$ 43.984.617,96. 

Em aproximadamente dois meses
após lançamento, pelo menos 5 mil produtores rurais já procuraram os
escritórios municipais do Instituto de Desenvolvimento Rural do
Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná) em busca de informações.

Além do atendimento ao
agricultor, o IDR-Paraná lançou editais de chamada pública para interessados em
prestar serviços para energia solar e biogás em ambientes rurais. Até este
momento, o 
Edital 001/2021, para integradoras de energia
solar, possui 346 empresas cadastradas. Dessas, 321 já passaram por todo o
processo e estão homologadas para atender produtores rurais em projetos.
Edital 002/2021, para a modalidade biogás/biometano,
tem até agora 13 empresas cadastradas e nove já homologadas.

O secretário de Estado da
Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destacou que o Paraná está
dando oportunidade para que os produtores mostrem ao mundo sustentabilidade e
capacidade de inovação para garantir mais renda nas propriedades.

“A energia é um insumo cada
vez mais relevante nos processos agrícolas, representando boa parte dos
custos”, afirmou. “A geração própria, a partir de fontes renováveis, ajuda a
reduzir custos, além de dar mais qualidade à energia, pela estabilidade no
suprimento. Por isso, o agricultor precisa ter muito presente a importância
dessa riqueza.”

Os produtores interessados
precisam se dirigir à unidade municipal do IDR-Paraná mais próxima de sua
propriedade. É ali que ele manifesta a vontade de aderir ao programa e
opta, entre os homologados, a quem melhor atende seus objetivos. Caso pretenda
aproveitar os benefícios do 
Banco do Agricultor Paranaense, pelo qual o Estado
assume o pagamento total da taxa de juros, o produtor deve procurar também o
agente financeiro credenciado a esse programa.

SUSTENTABILIDADE 
Segundo o coordenador do RenovaPR, Herlon Goelzer de Almeida, do IDR-Paraná, o
Estado possui hoje cerca de 2.300 unidades produtivas rurais gerando energia
própria. Dessas, 2.100 pelo sistema solar fotovoltaico e 200 a partir de
biodigestores.

“O programa RenovaPR colocou
como meta 100 mil unidades produtivas gerando sua própria energia até 2030”,
afirmou Almeida. O IBGE estima em 305 mil o número de estabelecimentos rurais
no Estado.

Para ele, o incentivo à
energia renovável por parte do governo e a crescente procura por parte dos
produtores têm pelo menos duas variáveis importantes. Uma delas é o peso que a
energia elétrica tem no custo de produção no meio rural.

“Existe um decreto
presidencial estabelecendo que até 2023 a energia rural vai perder o subsídio
concedido desde 1930, o que vai elevar ainda mais a tarifa. Então, o programa
ganha mais importância como auxílio na redução do custo de produção”,
argumentou o coordenador do RenovaPR. “Além disso, o Estado optou por
substituir o programa Tarifa Rural Noturna pela medida mais duradoura e
racional do estímulo à produção própria de energia renovável.”

De acordo com Almeida, tão
relevante quanto o fator custo é a participação do Estado no cumprimento dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), proposto pela Organização das
Nações Unidas. O ODS 7 prevê que, até 2030, seja assegurado o acesso
universal, confiável, moderno e a preço acessível à energia. Além disso, propõe
que seja aumentada, de forma substancial, a participação de energias renováveis
na matriz energética mundial.

MENOS GASTO  Em
Cafelândia, no Oeste, o primeiro contrato assinado do RenovaPR beneficiará a
propriedade de 3,5 alqueires que Armindo Zuck tem com o filho Anderson no
distrito de Campina. Ali eles se dedicam à avicultura e à bovinocultura de
leite, com consumo que vai de 6 mil quilowatts/mês a até 14 mil, dependendo da
temperatura e do uso dos equipamentos.

Isso obriga o desembolso em
torno de R$ 4,5 mil a R$ 5,5 mil por mês. “Às vezes, o que sobraria para a
gente vai tudo em energia, é o maior custo da propriedade”, disse Anderson. Mas
esse gasto está com os dias contados. As estruturas que receberão 178 placas
fotovoltaicas estão sendo montadas e a expectativa é que em outubro, com os
9.500 quilowatts que serão gerados, a fatura seja a mínima.

Foi durante reunião do
Conselho Municipal de Desenvolvimento que a família Zuck ficou sabendo dos
programas RenovaPR e 
Banco do Agricultor Paranaense e da
possibilidade de financiar a instalação das placas e do Estado bancar o
pagamento de 100% da taxa de juros. “Um dos grandes atrativos que levou ao
investimento neste momento foi a questão do Banco do Agricultor Paranaense que
ajudou na taxa de juros do empreendimento”, afirmou.

Em Francisco Beltrão, no
Sudoeste, onde os proprietários rurais têm buscado muitas informações e muitos
já se decidiram pela energia renovável, a família Gandolfi deve reduzir a conta
já em outubro. Na propriedade são produzidos 1.400 litros/dia de leite e
mantidas em alojamento 20,4 mil aves.

“Nós tomamos a decisão de
mudar por causa da energia, que tem aumentado cada vez mais”, disse Joélcio
Marcos Gandolfi, que divide o trabalho com o pai, Silvestre. Ele destacou que a
família estava com todo o processo de reconversão em andamento e ajustado, que
pagaria 3% de juro, quando foi informada sobre o Banco do Agricultor
Paranaense.

“Demos baixa no processo,
fomos no IDR-Paraná, fizemos o projeto por lá e encaminhamos para o banco que
já liberou o financiamento com juro zero”, contou.

Segundo o produtor, a conta de
energia chegava a até R$ 2 mil. “E estão falando que nos próximos tempos terá
cada vez menos água e a energia ficará cada vez mais cara”, salientou.

Agora, a família espera que as
68 placas, com potência de 3800 quilowatts, garantam o consumo e ainda sobre. O
investimento de R$ 132 mil deve ser amortizado pelos próximos dez anos. “Tem
dez anos para pagar o financiamento, sem juro ainda, é um negócio muito bom,
não pode perder”, afirmou Joélcio.







































 AEN




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